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Saúde

Excesso de higiene na infância

16-12-2009

Nossas pesquisas permitem pensar que ambientes superlimpos, muito higienizados na infância podem aumentar o risco de inflamação na idade adulta

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Excesso de higiene na infância

16-12-2009

Os pais que deixam os filhos brincar à vontade, sujando-se, talvez os estejam ajudando, protegendo-os contra algumas enfermidades, fundamentalmente cardíacas, quando adultos, segundo estudo americano publicado na última quarta-feira.
"Nossas pesquisas permitem pensar que ambientes superlimpos, muito higienizados na infância podem aumentar o risco de inflamação na idade adulta, o que, ao mesmo tempo, aumenta o risco de contrair uma grande quantidade de doenças", sobretudo cardiovasculares, destacou Thomas McDade, principal autor do estudo.
    Sua equipe de pesquisadores, da Northwestern University de Chicago, (Illinois, norte dos Estados Unidos), quis compreender melhor em que medida o ambiente afeta a produção de proteína C-reactiva (ou CRP), que aumenta em caso de inflamação, isto é, quando o corpo reage a uma infecção ou a uma ferida.
Foram analisados os dados de um estudo realizado nas Filipinas com filhos de de 3.327 mulheres, nascidos nos anos 1980, desde seu nascimento até os 22 anos.
    As crianças foram submetidas a controles a cada dois meses durante os primeiros dois anos de sua vida e, depois, a cada quatro ou cinco anos. A higiene fazia parte dos elementos controlados (fundamentalmente para saber se conviviam com animais domésticos, como porcos ou cachorros), assim como a renda da família.
    A retirada de mostras de sangue comprovaram que essas crianças filipinas haviam sofrido mais enfermidades infecciosas do que as americanas. Mas, como jovens adultos, seu sangue apresentava concentração de CRP muito menor que a dos americanos da mesma idade, tendendo a mostrar que sofriam menos inflamações. A concentração média de CRP era de 0,2 mg por litro de sangue entre os filipinos contra 1 a 1,5 mg entre os americanos.
    "Nos Estados Unidos, temos tendência a pensar que devemos proteger a qualquer preço os bebês e as crianças contra micróbios e patógenos", informou Thomas McDade. "Mas, talvez, privemos suas funções imunológicas de aportes externos importantes, necessários para guiar o desenvolvimento destas funções até a idade adulta", acrescentou.

Fonte:eband.com