12-08-2011
A Folha aborda, nesta edição, dentre outros assuntos importantes para o Município, uma questão que deverá tornar-se, num futuro não muito distante, crucial para a sobrevivência de todos nós, e dos nossos descendentes: a oferta de água pura, de água potável para matar a nossa sede, para lavar e cozinhar nossos alimentos, lavar nossas roupas, para a nossa higiene corporal. A oferta de água, hoje, já não é mais tão abundante como era há 20, 30 anos.
Estamos captando água de fontes cada vez mais escassas e a cada dia mais poluídas. Chegará o dia em que a quantidade de habitantes será maior do que a capacidade de oferta de água potável, disponíveis nos nossos reservatórios.
As regiões metropolitanas, como a que vivemos, concentra cada vez mais um número de habitantes maior do que os recursos de água conseguem suportar. Técnicos do setor acreditam que o ano de 2050 é um ícone, uma meta, a partir do qual, não se sabe se haverá água para todos, como existe ainda hoje. E o que mais agrava essa previsão, não é somente a conta população x oferta de água, mas há um agravante considerável nessa Matemática, a poluição ambiental.
Se os governos não se preocuparem, se não agirem com segurança, e rapidamente, para equacionar a questão do fornecimento de água para as populações das grandes cidades, o ano de 2050 poderá chegar até mais rápido, segundo os analistas do setor. Eles prevêm que inicialmente as cidades buscarão água em locais cada vez mais distantes, a preços cada vez maiores, devido aos investimentos nesta captação e transporte. Depois chegará o momento em que nem mesmo estas fontes mais distantes existirão, ou conseguirão abastecer a todos. Uma visão mais grave nos leva a dessalinização das águas dos oceanos, para o consumo humano e para a produção de alimentos, isso por volta do final do século. Alguém pensaria, "há, mas em 2100 eu não estarei mais aqui". É verdade, mas estarão os nossos filhos, netos, bisnetos. Ou se esqueceram de que, em 2100 a Ciência já terá garantido uma vida superior a 100 anos, para qualquer habitante?
Os estudiosos do assunto garantem que apenas a reeducação ambiental de todos os habitantes, a produção zero de lixo e a preservação dos nossos mananciais serão capazes de nos livrarmos do chamado Apocalipse da Água, a real impossibilidade de encontrarmos água suficiente para nossas necessidades.
Campo Largo, hoje com pouco mais de 114 mil habitantes, deve chegar em 2050 com algo em torno de 150 mil habitantes, segundo cálculos preliminares, isso se não houver um novo "boom" de migração. Hoje, técnicos da Sanepar, estatal responsável pelo abastecimento de água do Município, já pensam nessa população, em como conseguir água de boa qualidade e em quantidade suficiente para todos, em 2030/2050.
Estamos nos preparando para captarmos água de uma das nossas últimas fontes de águas superficiais. Depois disso iremos buscar água bem mais longe, e em depósitos subterrâneos, como o aquífero Guarani. Até lá a água, um dos produtos mais baratos da nossa cesta de consumo, poderá tomar o lugar dos produtos de maior valor, talvez o mais caro de toda a nossa mesa. É preciso pensarmos nisso com muito carinho.