01-04-2011
Campo Largo precisa acordar para um assunto do qual depende a sua integridade, a integridade e a vida dos seus habitantes, o seu futuro e o seu desenvolvimento. Trata-se do "Efeito de Corte" que a BR-277 impõe à cidade. O tráfego de veículos pesados, cada vez maior, divide a cidade ao meio, sem piedade. Nos últimos anos o assunto vem sendo discutido, mas pouco se fez para bater o martelo sobre o que realmente queremos. O ideal, o que os campo-larguenses precisam reivindicar até com certa veemência, é a construção de trincheiras, acessos e, principalmente, vias marginais de qualidade, em ambos os lados da rodovia, desde o Itaqui até Curitiba.
Com vias marginais de trânsito rápido, o cidadão campolarguense, se preferisse, nem precisaria entrar na rodovia para chegar a Curitiba, e vice-versa. Também não se veria tentado a entrar na BR-277, para ir, por exemplo, do Bom Jesus para o centro da cidade, ou para a Rondinha. Há uma discussão mais forte, hoje, para a implantação de trincheiras e a construção da terceira pista, da Rondinha à serra de São Luiz do Purunã, eliminando-se o trecho atual que desce a serra, o qual seria transformado em uma avenida. Esta obra é necessária e urgente, mas não apenas ela. A cidade já está pronta para exigir mais, melhor acesso e melhor segurança no trajeto entre o Itaqui e Curitiba.
Em pouco mais de três anos, estaremos em 2014, ano, da Copa do Mundo. Até pela necessidade de melhor acesso para os turistas que nos visitarão, os problemas que enfrentamos, hoje, no trecho da BR-277, já deveriam estar solucionados. Mas não devemos reivindicar e exigir das autoridades, apenas por causa da Copa. Em 2014 todas as nossas grandes indústrias que estão se instalando no Município, e muitas outras, estarão funcionando a pleno vapor, contribuindo para um fluxo maior de veículos, nesse trecho rodoviário. Teremos, ainda, uma população já beirando os 130, 140 mil habitantes, quase um terço a mais do que temos hoje. Como todo esse fluxo de pessoas e veículos vai caber no mesmo espaço ocupado hoje? O "Efeito de Corte" que já sentimos hoje, principalmente nos horários de pico de trânsito, se agravará ao ponto de tornar nossa vida um inferno. Por isso precisamos começar a pensar nisso agora, pois ainda há tempo de conseguirmos as obras que necessitamos.
O atual governador do Estado, Beto Richa, já mostrou que não enxerga cor partidária, nas cidades. Ele sabe que Campo Largo é um dos municípios mais importantes do Estado e conhece o potencial de desenvolvimento da nossa indústria. Falta, apenas, a cidade como um todo, população, políticos e entidades de classe, afinar o discurso e mostrar o que quer. Sabe-se, já, que a antecipação da construção da terceira pista, de 2014 para agora, é possível. Sabe-se também que existem recursos que podem ser utlizados para a construção das marginais, dos acessos e trincheiras. O que falta é decisão política em níveis Estadual e Federal. E falta também o engajamento da população do Município, através das suas lideranças políticas, autoridades e entidades de classe. Pra chegar lá basta apenas começar!