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Opinião

Violência só pode gerar violência

Violência só pode gerar violência

25-03-2011

Nada justifica um ato de violência, uma agressão. Até uma guerra pode ser evitada se as partes envolvidas se sentarem à mesa, dispostas a discutir seus pontos de vista, suas diferenças, se cada um ceder um pouco, em favor da Paz. Muitas pessoas brigam a vida inteira, simplesmente porque nenhuma delas, ou uma delas não aceitou o diálogo, a conversa, não cedeu um milímetro, foi turrão ou não reconheceu que estava errado. Mas o que vemos na sociedade e nos parlamentos, no mundo inteiro, é a agressão, quando os argumentos se esgotam. Exemplos tristes são mostrados na Mídia, não só nos parlamentos, mas nas ruas, no trânsito, nos campos de futebol. Mas parece que as pessoas esquecem rápidamente e, quando menos se espera, lá vem outro empurrão, outra bofetada na cara ou uma cabeçada.
Aos berros não se consegue nada. É possível que um grito possa até intimidar um fraco, mas não intimida aqueles que conhecem a fraqueza dos que gritam. A sociedade se desenvolveu cultuando a paz, o diálogo, o respeito aos semelhantes, e quando há uma ruptura desse equilíbrio, ela reage como um organismo a uma doença, muitas vezes com febre. A alta temperatura do corpo é um sintoma de que algo está errado. No nosso caso o aumento da temperatura é a repercussão do caso, nos meios de Comunicação Social. Numa Democracia, a Imprensa é livre. A liberdade de Imprensa, a liberdade de opinião, existe como uma sentinela dos direitos do cidadão, como uma guardiã da Democracia, porque a Imprensa é o espelho da sociedade. Por isso agride os ouvidos de qualquer cidadão qualquer crítica, por menor que seja, com o propósito que seja, à liberdade de opinião, à liberdade de Imprensa.
Um parlamentar, como qualquer cidadão, mas muito mais ele, que foi eleito para representá-los, tem liberdade (e a lei os protege muito mais, em suas opiniões), de denunciar o que considera errado, ilegal, imoral. Não há por que um parlamentar ser agredido, por defender um projeto, um ponto de vista, uma opinião. Ele tem o direito e o dever de defender suas ideias, civilizadamente. Se não concordar, deve usar os caminhos legais para fazer valer (ou pelo menos tentar isso) suas ideias. Se cada um de nós fossemos distribuindo bordoadas, socos e pontapés em quem se atravesse em nosso caminho, não conseguiriamos viver em sociedade, não conseguiriamos dormir sossegados, porque a qualquer momento nossos adversários poderiam nos encontrar para atacar, revidar ou iniciar uma nova peleja, um novo "barraco".
Quando falha a razão, sobrevem a imposição, a violência, a guerra. O homem, muito mais o homem público, o representante do povo, precisa se preparar para a função, e alguns dos ítens fundamentais desse preparo são a educação, o equilíbrio, a calma, a tranquilidade, a civilidade e a disposição para o diálogo, além de outras virtudes, como a honestidade, a seriedade e o amor pelos seus semelhantes. Afinal de contas, não somos todos irmãos?