09-12-2010
Auxiliar de enfermagem confessa ter aplicado vaselina e é indiciada por homicídio
09-12-2010
A auxiliar de enfermagem confessou ter aplicado vaselina no lugar de soro na menina Stephanie dos Santos Teixeira, de 12 anos, no Hospital São Luiz Gonzaga, na zona norte de São Paulo. Ela prestou depoimento, por cerca de três horas, na tarde desta quarta-feira (8) no 73º Distrito Policial, no Jaçanã, e foi indiciada por homicídio culposo (quando não há intenção de matar).
A mulher de 26 anos, cujo nome está sendo mantido em sigilo, estava acompanhada por dois advogados e não falou com os jornalistas. Ela chegou por volta das 15h50 na delegacia acompanhada por dois advogados. A mulher estava chorando e não falou com a imprensa. Segundo um dos advogados, a auxiliar de enfermagem está muito abalada e quer esclarecer o ocorrido.
Segundo a SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo), a suspeita afirmou que pegou o frasco com vaselina em um armário em que normalmente eram armazenados apenas os frascos de soro e que por isso ela não leu o rótulo. À Polícia Civil, ela disse que foi induzida ao erro porque os frascos são parecidos. A suspeita também admitiu que foi descuidada.
O delegado-assistente Antônio Carlos Corsi Sobrinho irá questionar o hospital sobre o armazenamento das medicações. Ele também vai esperar a conclusão dos laudos e o resultado da perícia nos frascos, realizado pelo IC (Instituto de Criminalística), para concluir o inquérito.
Além da auxiliar de enfermagem, prestaram depoimento dois médicos e o chefe de enfermagem que trabalhavam no plantão da sexta-feira, com a auxiliar de enfermagem. Corsi Sobrinho afirmou que a suspeita de ter cometido o engano trabalha no hospital há dois anos.
A auxiliar de enfermagem é a mesma mulher indicada, por meio de foto, pela mãe da menina. No fim de semana, Stephanie chegou ao Hospital São Luiz Gonzaga com sintomas de virose e morreu depois de receber vaselina líquida, em vez de soro, na veia. Ela chegou a ser transferida para a Santa Casa, no centro, mas não resistiu.
Depois da troca dos medicamentos, o superintendente da Santa Casa, que administra o Hospital São Luiz Gonzaga, disse que a entidade pretende usar rótulos ou até vidros diferentes para guardar vaselina e soro. A medida deve ser tomada para que o erro não volte a acontecer.
Intimações
A Polícia Civil começou nesta terça-feira (7) a intimar os 28 profissionais que faziam parte da equipe que estava de plantão no hospital quando a menina morreu. O delegado responsável pelo caso, José Bernardo de Carvalho Pinto, afirmou que pretende ouvir as testemunhas até o final desta semana. O policial informou que trabalha com a hipótese de erro humano.
Fonte: R7 Notícias