Sexta-feira às 22 de Novembro de 2024 às 11:34:44
Opinião

A violência bate às nossas portas

A violência bate às nossas portas

19-11-2010

Campo Largo sempre foi destaque, entre os municípios da Região Metropolitana de Curitiba, pelo baixo índice de violência. Eramos conhecidos como um povo de um Município pacato, onde a população costumava dormir com as janelas abertas, nos dias quentes de Verão, sem temer o ladrão ou o assaltante, sem temer a invasão de bêbados, arruaceiros, drogados. Mas isso é parte do passado, da nossa história, pois vivemos uma realidade bem diferente da que tínhamos há, 20, 30 anos.
O Município tem, atualmente, relativamente poucas áreas de invasão, se compararmos com os demais municípios da região, onde em geral os níveis de violência são mais elevados. E a região de maior incidência de violência, na cidade, está exatamente nos bairros que fazem divisa com Curitiba, com áreas de ocupação irregular, de favelas, onde se escondem, entre os resdências simples de trabalhadores honestos, viciados, traficantes de drogas, assaltantes, maníacos sexuais.
Nos últimos meses assistimos uma escalada vertiginosa da criminalidade em nossa cidade, com assaltos, assassinatos e outros crimes violentos. A maioria dos crimes foi registrada na região de Ferraria, onde já deveríamos ter uma Delegacia de Polícia e o Destacamento Policial já deveria ser uma Companhia. Não dá para pensarmos em redução dos índices de criminalidade, sem a presença visível e intensa do Estado, nessas localidades. Ou a Polícia ocupa essas áreas, ou caminhamos para índices de violência e de banalidade da violência, como acontece em algumas favelas do Rio de Janeiro ainda não pacificadas.
O tráfico e o consumo cada vez mais intenso das drogas, do Crack principalmente, está na baseda maioria dos casos de violência, de assassinatos, cometidos em nosso Município. Há anos não temos aumento no número de policiais militares na cidade. Vez por outra vemos crescer o número de policiais, nas ruas centrais, mas são apenas recém formados na Academia Policial, que vêm à cidade para o estágio final do curso. Logo eles voltam para os bancos da Academia e somente um ou outro fica por aqui. Nos últimos 16 anos, o número de policiais militares em Campo Largo permaneceu estável, apesar do crescimento da população.
A esperança da população é que o novo govenador do Estado, Beto Richa, dê prioridade à Segurança Pública e invista no combate ao tráfico de drogas. Talvez só aí tenhamos uma significativa redução dos índices de criminalidade, na periferia das nossas cidades e em todo o Estado. Mas é preciso investir muito, em Educação, na formação de mão de obra especializada e na geração de empregos, porque o grande contingente de jovens que se envolve com o consumo e o tráfico de drogas, é de crianças que não tiveram oportunidade de continuar na escola, não tiveram a oportunidade de conseguir um emprego quando na chegada da vida adulta. Está, também, nas raízes desses males, a desestruturação das famílias e a falta de uma educação religiosa forte, segura, com exemplos de valores morais que precisam vir do berço, do suor do pai, no trabalho, e na educação da mãe e da escola.