Nesta semana, a internet foi mais uma vez impactada pelo poder do seu público brasileiro nas redes sociais. O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) trouxe uma análise direta e que trouxe inclusive um frescor às relações entre os brasileiros. Literalmente "furou a bolha da direita", na maneira mais popular de se tratar, pois trouxe luz a um assunto que impactaria milhões de brasileiros diariamente.
Se você não faz parte das milhões de pessoas que já viram o vídeo de pouco mais de quatro minutos no Instagram - além das outras redes sociais e YouTube -, vamos resumir do que se trata: o deputado se posiciona contrário ao projeto de fiscalização do pix. Segundo o congressista, por meio desta ferramenta o governo fiscalizaria as movimentações financeiras da população, especialmente dos trabalhadores informais, como se eles fossem "grandes sonegadores", questionando inclusive ao longo do vídeo se o governo gostaria de fazer com que o brasileiro acreditasse que o "grande vilão" do país são as pessoas que movimentam mais de cinco mil reais por mês e não realizam alguma delaração para que tenham meios de sobreviver, enfatizando que a medida poderia fazer com que os brasileiros deixassem de realizar o uso do pix, cartões de crédito e débito, com a intenção de se desviar da fiscalização da Receita Federal.
Essa análise fazia alusão à normativa que aumentaria a fiscalização sobre as transferências acima de R$ 5 mil para pessoa física e R$ 15 mil para pessoa jurídica, com a intenção de evitar a sonegação. Essa fiscalização seria feita caso a instituição financeira identificasse uma somatória de valores superior ao estipulado na normativa. O vídeo foi compartilhado até mesmo por críticos da direita e do próprio deputado Nikolas Ferreira, que compreendeu a mensagem e o risco que representava para a população, sendo chamado inclusive de uma "quebra de sigilo bancário".
Os reflexos desta decisão do governo federal já foram sentidos mesmo na metade do mês de janeiro. Nesta quarta-feira (15), um dos canais oficiais de notícias do País, a Agência Brasil, noticiou que o volume de transferências por pix caiu se comparado ao mês de dezembro, onde nos primeiros 14 dias de janeiro foram registrados 2,29 bilhões de transações, com movimentação aproximada de R$ 920 bilhões, enquanto no mês anterior foram movimentados R$ 1,12 trilhão.
O resultado desta movimentação intensa e compartilhamento após a divulgação do vídeo do deputado foi o recuo do governo, divulgado na tarde desta quarta-feira, que resolveu derrubar a normativa. A alegação apresentada por parte do governo ainda é, de certa forma, infundada, pois creditou à decisão a uma suposta "onda de fake news". Entretanto, de uma maneira que há muito tempo não era vista, tratou-se da união do povo brasileiro em se defender de decisões que claramente trariam prejuízos a um país que já vem sofrendo tanto. A torcida é para que essa união prevaleça diante dos abusos que estão sendo diariamente anunciados.
Opinião
O poder do povo ainda prevalece
