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Agroindústria campo-larguense recebe selo do Comesp e ampliará vendas para região metropolitana e litoral

Agroindústria campo-larguense recebe selo do Comesp e ampliará vendas para região metropolitana e litoral

Campo Largo, que faz parte do Consórcio Metropolitano de Serviços do Paraná (COMESP), está vendo acontecerem novas oportunidades às agroindústrias locais. A partir de uma oportunidade aberta pelo COMESP e pelo Programa CONSIM 2 (Projeto de Ampliação de Mercados de Produtos de Origem Animal para os Consórcios Públicos), do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), foram escolhidas quatro pequenas empresas para participarem de um processo de adequação com duração de dois anos. E uma delas foi uma tradicional salumeria do município.

O objetivo foi prepará-las para estarem aptas a vender seus produtos de origem animal - carnes, leite, ovos, mel, pescados e seus derivados - paraos 31 municípios que fazem parte do COMESP, tanto da Região Metropolitana de Curitiba (RMC) quanto do litoral. O processo todo de desenvolvimento completou dois anos em novembro do ano passado, lembrando que a salumeria local já tem o selo SIM/POA desde 2011, ou seja, está regulamentada faz tempo pelo Serviço de Inspeção Municipal de Produtos de Origem Animal (SIM/POA) com relação aos procedimentos de inspeção e fiscalização sanitária. E agora recebeu mais um selo que amplia seu alcance.

Todos os municípios que fazem parte do COMESP devem ter, nas suas legislações municipais, a mesma regulamentação, e nisso Campo Largo já saiu na frente, pois tem a Lei nº 3.613, do Serviço de Inspeção Municipal, aprovada em junho de 2023 (saiba mais aqui).

 

A empresa

Além da formalização como agroindústria e da lei municipal, com a obtenção do selo a salumeria, a partir de agora, tem acesso ao mercado formal e agrega valor ao produto, aumentando sua lucratividade, além de garantir uma oferta maior de alimentos seguros ao consumidor. "Vendemos na loja que fica na fábrica e em feiras e estabelecimentos de diversos portes, mas agora ampliando para restaurantes, açougues, mercados. Já temos uma clientela estabelecida em Campo Largo, e agora estamos visando o litoral: Guaratuba, Paranaguá, Morretes, e outras cidades da Região Metropolitana", conta Vanderlea Bianco Marcon, proprietária da salumeria.

Localizada no bairro Salgadinho, a salumeria tem 17 funcionários e está, neste momento, em fase de ampliação da sua sede, reforma que deve ir até abril de 2024. “Foi mais de um ano mudando a planta, lidando com arquiteto. Unimos o perfil de empreender e expandir com a preparação da empresa para as adequações necessárias, e tem que se preparar porque surgem surpresas no caminho. Você prevê gastar um valor e gasta três vezes mais. Mas olha, nem terminou essa reforma e já penso para frente, no alcance nacional. Estamos entusiasmados com as muitas possibilidades que se abrem e celebramos porque o trabalho tem sido árduo", revela o esposo de Vanderlea e também proprietário, Juliano Marcon.

Após a reforma, eles devem pleitear para o próximo ano a auditoria do MAPA para poder comercializar seus produtos em todo o Brasil, pelo Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (SISBI).

 

Na prática

Vale lembrar que os agroindustriários SIM só podem comercializar seus produtos dentro do município. A nova legislação consolida a oportunidade para os que desejarem - e que sejam registrados no SIM de Campo Largo -, ampliem o comércio para os municípios de abrangência do Consórcio. Esses interessados poderão receber auditoria de técnicos do MAPA e, após aprovação, poderão comercializar seus produtos em todo o Brasil, pelo SISBI, situação que será avaliada por um representante de um dos municípios que faz parte do Consórcio, a cada ano.

O caminho para o selo - A médica veterinária da Secretaria Municipal de Agricultura e Pecuária (SMAP), Amanda de Jesus Hervis, acompanhou todo o processo da salumeria local.

Ela também é fiscal do Serviço de Inspeção Municipal (SIM) de Campo Largo e explica que “os produtores campo-larguenses já podem aproveitar a expertise do processo pelo qual passou a salumeria para aplicarem nos seus negócios também. Essa é a primeira empresa de Campo Largo a ter o selo do COMESP para comercializar seus produtos em todas as cidades da RMC. Ou seja, está partindo de 140 mil habitantes para toda a RMC, algo em torno de três milhões e meio de habitantes. E o mais legal é que amadurecemos durante todo o processo com eles, estando aptos a bem orientar também os demais interessados. As agroindústrias registradas no SIM/POA de Campo Largo têm mais possibilidades de vendas e de levar os produtos daqui para diversos outros lugares do estado”.

Esta organização entre Municípios, por meio do Consórcio, gera uma série de benefícios como segurança sanitária dos alimentos comercializados, a ampliação da capacidade fiscal, redução de custos, integração regional, além da abertura de mercado.

 

Mudanças na rotina da empresa

Novas etiquetas para os produtos da salumeria já chegaram e, mais do que um mero detalhe, elas são a comprovação da origem e da qualidade do produto de origem animal - padronizadas dentro do selo SIM/POA. E a empresa também aplicou programas de controle de formulação dos produtos, bem como da rastreabilidade. Cruzando a origem de toda a matéria-prima e de tudo que é usado, ambos os controles se complementam. Mas a principal mudança foi na estrutura que passa de 640 m² para 998 m².