O mês de novembro é marcado pela campanha de prevenção ao câncer de próstata, que é o mais incidente e o segundo que mais mata homens no Brasil. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), são estimados 71 mil novos casos de câncer de próstata somente em 2023. Para reforçar a importância da prevenção à doença, o Podcast “Medicina em Evidência” recebeu o Dr. Paulo Jaworski, Urologista e membro da Sociedade Brasileira de Urologia.

O especialista explica que a próstata é uma glândula do sistema reprodutor masculino, localizada abaixo da bexiga, e tem como principal função, em conjunto com as vesículas seminais, produzir o esperma. Na maioria dos casos, um tumor no local cresce de forma lenta, não dá sinais e nem ameaça a saúde do homem. Em estágio inicial, as chances de cura chegam a 90%. Os sintomas costumam aparecer quando o tumor geralmente já está em uma fase mais avançada, podendo levar o homem a ter dificuldade para urinar ou micção frequente, disfunção erétil, presença de sangue na urina ou no sêmen e dores pélvicas ou ósseas.

Dr. Paulo explica que diferente de outros tipos de câncer, o de próstata não é evitado com bons hábitos de vida, podendo atingir qualquer homem. Alguns fatores principais de risco da doença são: idade avançada; histórico familiar de câncer de próstata em pai, irmão ou tio; homens de raça negra; obesidade.

Ele recomenda que os homens estejam alertas a qualquer anormalidade no corpo e procurem um médico caso detectem algo. A recomendação é de que homens a partir de 50 anos, mesmo sem apresentar sintomas, procurem um urologista para exames frequentes. Já aqueles que estão no grupo de risco são orientados a começar os exames mais cedo, a partir dos 40 anos. 

A investigação do câncer de próstata se dá pelo exame de toque retal e pelo exame Antígeno Prostático Específico (PSA). Para confirmar a doença, também é preciso realizar biópsia, indicada caso seja encontrada alguma alteração nos exames anteriores. “Há ainda um tabu quanto ao exame de toque. Por isso, muitos homens procuram outros meios como o exame de ecografia de próstata, porém ele não substitui o exame de toque. Esse é o meio mais certeiro que o médico tem de investigar um possível câncer”, afirma Paulo.

O tratamento do câncer de próstata permite várias modalidades. Quando localizado apenas na próstata, pode ser tratado com cirurgia oncológica, radioterapia e até mesmo observação vigilante. No caso de metástase, ou seja, se o câncer da próstata tiver se espalhado para outros órgãos, a radioterapia é utilizada junto com tratamento hormonal, além de tratamentos paliativos. 

O médico explica que a escolha do tipo de tratamento é feita individualmente, por médico especializado, caso a caso, após definir quais os riscos, benefícios e melhores resultados para cada paciente, conforme estágio da doença e condições clínicas do paciente.

“Vivemos numa cultura popular de que é normal, ao envelhecer, o homem ter disfunção miccional, que é só coisa da idade e está tudo bem. Mas a gente precisa desmistificar isso. Problemas urinários não podem ser regra sobre o desfecho da vida do homem. Isso impacta muito a qualidade de vida e tem maneiras de tratar isso, é só buscar ajuda médica”, comenta.

Para saber mais a respeito do câncer de próstata e da saúde do homem, assista ao episódio do Podcast Medicina em Evidência disponível no Youtube ou ouça no Spotify.