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Saúde

Cirurgia bariátrica

60 quilos deixados para trás. Conheça a história do representante comercial que teve sua vida resgatada pela cirurgia bariátrica.

Cirurgia bariátrica

25/08/2016

Por Caroline Paulart e Danielli Artigas de Oliveira

A obesidade é uma doença complexa, de difícil controle e que envolve vários fatores hormonais, hereditários, sociais e psicológicos, por isso não há como determinar com exatidão como ela interfere na vida de cada um. Todo indivíduo tem a sua história de vida, personalidade, maneira de enfrentar problemas. Algumas pessoas, mesmo acima do peso, conseguem manter a autoestima, outras se sentem profundamente deprimidas. Alguns conseguem fazer piada da sua condição, enquanto outros se isolam do mundo. Mas, a verdade é que, à sua maneira, todo obeso sofre e só mesmo quem vive o problema, sabe o quanto pesa carregar cada quilo extra.

Além disso, perder peso talvez seja o grande desafio de mais de 80% da população. Se não é fácil para qualquer pessoa perder 3 ou 4 quilos, imagina quando essa perda precisa ser realmente significativa como no caso da obesidade. O representante comercial Anderson Paulart, desde criança sabe muito bem o que é isso. Todo tipo de dieta, programa alimentar e medicamentoso que lhe indicaram ele tentou. “Perdi a conta de quantos regimes eu fiz. Eu chegava a emagrecer, mas quando chegava ao peso ideal, eu acabava engordando. Na infância fiz muita atividade física, andava de bicicleta, fiz quatro anos de Judô e Chute Boxe, cheguei a participar de campeonatos e conquistar algumas medalhas, mas a balança sempre foi um adversário que eu não conseguia derrotar”, conta.

Para piorar, a obesidade geralmente não vem sozinha e muitas vezes está associada a outras doenças como hipertensão, diabetes, problemas ortopédicos, altos níveis de colesterol e triglicerídeos, apneia do sono, depressão e isolamento social, entre outros. Paulart tinha alterações de colesterol e já estava no início de um quadro de diabetes, mas seu principal problema era a coluna, que já apresentava pontos de deslizamento de vértebra, discoartrose e protrusão discal, que tinha lhe rendido três infiltrações e uma laminectomia (cirurgia realizada para aliviar a compressão vertebral), mas que ainda assim não havia melhora.

“As histórias de obesos que sofrem também com outras doenças como diabetes ou hipertensão e que precisam perder bastante peso para alcançar o índice ideal de saúde, são mais comuns do que as pessoas imaginam e estão a cada dia se tornando mais frequentes em nossos consultórios. Também não são raros os casos em que esses pacientes não obtêm sucesso com o tratamento clínico convencional. Para esses casos a cirurgia bariátrica é indicada por ser uma importante ferramenta, que impulsiona o indivíduo obeso a perder grande quantidade de peso e sair do quadro de risco causado pelas doenças associadas” – explica o cirurgião do aparelho digestivo Paulo Afonso Nassif que coordena uma equipe multiprofissional de tratamento da obesidade.

A cirurgia bariátrica é indicada para pacientes obesos com IMC (Índice de Massa Corporal) igual ou maior que 40 kg/m2 ou IMC superior a 35 kg/m2 que possuam doenças associadas à obesidade; e que tenham sido submetidos a tratamento com profissionais qualificados por no mínimo 2 anos.
Foi o ortopedista, que acompanhava o caso de Anderson, que o encaminhou para o serviço de tratamento cirúrgico da obesidade. Após a realização de todos os exames e consultas, que fazem parte do protocolo de indicação para a cirurgia bariátrica, concluiu-se que esse era realmente o tratamento mais adequado para seu caso.

“Como a obesidade é uma doença complexa que envolve complicações em várias áreas da saúde, é fundamental que, antes de ser operado, o paciente seja avaliado por profissionais de diversas áreas da saúde, como: endocrinologista, cardiologista, pneumologista, cirurgiões, fisioterapeuta, nutricionista, psicólogo e/ou psiquiatra, bem como, outras especialidades se necessário. Essa equipe conduzirá a analise da indicação para a cirurgia, a solicitação de exames pré-operatórios necessários para conhecer suas condições clínicas e também conduzirá todas as orientações para que a cirurgia seja realizada com segurança, buscando resultados bem sucedidos” – explica o cirurgião.

Há pouco mais de 2 anos Anderson foi operado e segundo ele, a cirurgia mudou completamente sua vida. Dos 128 quilos que pesava, perdeu 60, sem nem mesmo ficar abatido ou pálido. Hoje ele se alimenta normalmente, sem quaisquer restrições, apenas seguindo as orientações dos profissionais da equipe que até hoje o acompanha periodicamente. “Aprendi foi a comer devagar e a mastigar muito bem os alimentos, comer menos e melhor” – comenta o vendedor.

De acordo com Dr. Paulo Nassif, o maior objetivo da operação é exatamente promover a melhoria da qualidade de vida e controle das doenças associadas, para que assim o paciente tenha ânimo e disposição para praticar atividades físicas e uma dieta saudável que o permitam viver melhor e não voltar a engordar.

O Instituto Paulo Nassif realiza palestras periódicas sobre cirurgia bariátrica. Informações (41) 3026-0161.