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Opinião

Ainda as drogas na raiz da criminalidade

Ainda as drogas na raiz da criminalidade

23-09-2011

Os índices de criminalidade caíram drasticamente em Campo Largo, nos últimos nove meses. Ao contrário dos índices de 2009 e 2010, quando foram registrados 51 e 49 homicídios, respectivamente, quase todos motivados pelo consumo e tráficos de drogas, em 2011, pelo andar da "carruagem", chegaremos no final do ano com não mais do que 25 assassinatos.
A queda de cerca de 50% no índice de homicídios no Município pode ser considerado a vários fatores, um dos quais seria a morte de 100 pessoas, nos dois anos anteriores. Persiste, entretanto, a causa, o tráfico e o consumo de drogas, principalmente o Crack, que a cada dia "cria" novas futuras vítimas de assassinatos, na medida em que novos consumidores entram nesse mercado, do qual muito poucos conseguem sair.
O recente caso da morte de um trabalhador, por um menor, a mando de um sobrinho da vítima, no Loteamento Iara tem, na causa, a droga.
Não nos cansaremos de dizer que a violência no nosso Município tem por causa, em quase 100% das ocorrências, o tráfico e o consumo de drogas. O assassinato desse trabalhador poderia ter sido evitado, se nossas autoridades, em níveis nacional, estadual e municipal tivessem como foco, como prioridade, o combate ao tráfico e ao consumo de drogas.
Passam pela rodovia que corta nossa cidade, quase 100% de toda a droga consumida em Curitiba e Região Metropolitana. Uma grande parcela desses produtos, com certeza, fica por aqui, corrompendo choupanas e mansões, provocando a loucura inocente de jovens com idades tenras, às vezes com 12, 13 anos. E quando as famílias descobrem, aos 14, 15 anos, eles já estão envolvidos com furtos, roubos e até assassinatos, pois já tiveram destruída sua percepção de certo e errado. Para eles, uma vez viciados, só a droga interessa, o resto é o resto, inclusive a família e a vida.
Os viciados, principalmente os viciados em Crack perdem, primeiramente, o poder de discernir entre o bem e o mal. Para eles a droga, só, basta, porque lhes dá prazer, dá a sensação de poder. E eles mergulham de cabeça nesse poço sem fundo. E quanto mais mergulham, menor é a chance de "acordar" do topor e perceber que estão no caminho errado.
Os rapazes que mataram o trabalhador, no último final de semana, um deles sobrinho adotivo da vítima, certamente já estavam escravizados pela droga. Sabiam que a vítima tinha dinheiro no bolso. Mataram para pegar R$ 50,00, pagar a dívida que tinham, de R$ 20,00 com o traficante, e comprar o restante, R$ 30,00, em drogas, segundo informações da Polícia. Quase todos os crimes contra a pessoa, praticados por jovens, tem esta mesma história, esta mesma característica. Eles não se preocupam nem mesmo em esconder provas, porque seus cérebros já não realizam determinadas funções, estão focados apenas no objetivo, de conseguir mais drogas, para consumir, para voltar àquele estado no qual o prazer que sentem é o mais importante. Para isso, não importa os meios. Por isso, eles gastam o que têm, furtam, traficam, assaltam e, se for preciso, matam, mesmo que seja o pai, a mãe ou outro membro qualquer da família.