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Opinião

Uma ?ponte? para a Feira da Louça

Uma ?ponte? para a Feira da Louça

09-09-2011

Parece brincadeira, mas não é. Chegar na Feira da Louça, sem sujar os pés de lama, só se o cidadão for autoridade, que tem estacionamento privilegiado, na área pavimentada com paralelepípedos (uma velha piada de um prefeito do interior, diria área "paralelepipeidada" ).

Pois bem, o estacionamento destinado a autoridades é pavimentado, mas o resto não. Na frente do apertado ginásio de esportes Polentão, da Rondinha, onde se realiza a Feira, há 20 anos, e onde havia uma quadra de areia, fica o estacionamento menor, para quem chega primeiro. Esse, com capacidade para cerca de 100 veículos, lota rapidamente, mas com a chuva, não chega a receber metade da sua capacidade, devido à lama. Não dá para estacionar alí, porque é sair do carro e atolar o pé no barro.

Sem conseguir estacionar alí na quadra de areia, é possivel tentar uma vaga nas laterais do acesso ao estacionamento dos fundos, maior e mais distante, mas nem por isso melhor. Lá a lama também inferniza a vida de quem tenta chegar à Feira, sem sujar os pés. Um empresário do setor disse que recebeu telefonema de um amigo, de Curitiba, dizendo que não iria à Feira, como havia combinado, porque, ao chegar lá, não conseguiu lugar para estacionar, estava chovendo e a mulher e as crianças preferiram voltar, e ir ao Shopping fazer um lanche.

Esta é apenas uma amostra do que aconteceu dezenas de vezes, nesses primeiros dias de Feira da Louça, um lugar apertado, inadequado e sem infraestrutura para um evento desta magnitude. A pergunta é: Até quando Campo Largo vai conviver com esta situação, sem se decidir pela construção de um Centro de Eventos, com pelos menos cinco ou dez mil metros quadrados, com área de estacionamento e banheiros dimensionados para um grande público? Já existem, como existiu no passado, rumores entre os empresários do setor, de simpatia pela ideia de transferência da Feira para Curitiba, exatamente por não terem, aqui, um centro de eventos capaz de receber uma feira como esta.

Há, nesse caso, um impasse institucional quase que intransponível. A Feira da Louça é um evento comercial, cujo interesse maior é dos empresários do setor, e o Município não pode investir num espaço público. A saída seria a construção de um espaço público, para a realização do evento, o qual seria cedido aos empresários, uma vez por ano, para a realização da Feira. Uma construção desta natureza, segundo especialistas do assunto, seria possível, à luz das leis. O que falta, entretanto, é entendimento e vontade política para que, num futuro não muito distante, se nada mudar, a cidade não perca a sua Feira da Louça.

Um empresário do setor, em conversa com a Reportagem da Folha, disse que a Feira não cresce porque não tem espaço. Segundo ele, a Feira da Louça "é como uma árvore que, por ter sido plantada num local fechado, precisa ser podada, todos os anos, para poder continuar cabendo no espaço". Outro, em tom em chiste, disse que se a Feira continuar sendo realizada no Polentão, será preciso construir uma ponte, ligando o estacionamento ao hall de entrada do pavilhão de exposições.