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Opinião

Feira da Louça no fio da navalha

Feira da Louça no fio da navalha

02-09-2011

Enquanto milhares de peças de louça e porcelana de qualidade discutível, produzidas na China, inundam o mercado brasileiro, Campo Largo continua produzindo, sem nenhum apoio do Governo Federal, uma das melhores, senão a melhor porcelana do mundo. Nossa porcelana, além da qualidade, é mais bonita, nossos designers estão, quase sempre, décadas à frente dos concorrentes chineses, porque são mais criativos, têm mais talento.

Nossa Feira da Louça, aberta nesta Quinta-feira (01) em sua 21ª Edição, é como uma vitrine para os nossos produtos. É na Feira da Louça que os grandes clientes nacionais vêm conhecer as novidades, as novas coleções, a tendência para os próximos anos. É o local onde os nossos empresários têm um contato mais direto, com os consumidores, e nossos artesãos e profissionais da indústria cerâmica e da porcelana enxergam nos olhos e no sorriso dos clientes, a satisfação pela aquisição dos seus produtos.

O evento, que esse ano deve atrair mais de 60 mil visitantes, nos 11 dias, poderia atrair muito mais, como os grandes clientes internacionais, se a nossa indústria recebesse um mínimo de atenção e incentivo do Governo Federal.

Ameaçada pela invasão chinesa, a indústria cerâmica campo-larguense vive, hoje, no fio da navalha. O produto chinês, de custo e qualidade infinitamente menores do que o nacional, invade o mercado represando a nossa produção, obrigada a procurar o mercado externo onde a qualidade é mais importante que o preço.
Empresários do setor já alertaram o Governo Federal, sobre o perigo da invasão da porcelana chinesa, sobre a presença de metais tóxicos, como Chumbo e Cádmio, altamente nocivos para a saúde dos consumidores, naquele produto. Mas até o momento, nenhum sinal de que o fluxo Ásia/América do Sul será estancado no horizonte próximo.

A 21ª Feira da Louça de Campo Largo, o maior e mais importante evento do setor tem, entretanto, o apoio e o incentivo de todos os campo-larguenses. Somos nós, os maiores interessados no progresso da nossa indústria cerâmica. Deveríamos ser mais, deveríamos ser bairristas e defendermos intransigentemente junto aos nossos representantes, mais respeito dos governos Estadual e Federal, pelo nosso mais tradicional produto, a louça e a porcelana que nos confere o título de Capital da Louça.

Cabe a nós valorizarmos cada vez mais os produtos elaborados pelas mãos habilidosas dos nossos artesãos, do trabalhador da indústria cerâmica e da porcelana. Porque se nós mesmos não nos dermos o devido valor, ao que produzimos, de quem poderemos cobrar tal respeito.

Por isso, cada cidadão campo-larguense tem não apenas o direito, mas principalmente o dever, de prestigiar esse evento, visitando a 21ª Feira da Louça, no ginásio de esportes Polentão, na Rondinha. E, como somos de casa, vamos fazer a visita, principalmente nos dias úteis (1, 2, 5 e 6), para deixarmos os demais dias livres para os visitantes de outras cidades.