15-07-2011
Há mais de 15 anos Campo Largo vem reivindicando uma solução para os problemas causados pela BR-277, na sua área urbana. Em meados da década de 70, quando a rodovia foi duplicada, o problema já era esperado, porque a cidade cresceria, o tráfego se multiplicaria e o chamado "Efeito de Corte", seria inevitável. Campo Largo está, hoje, dividida pela rodovia em duas cidades, que têm dificuldades de se comunicar, de interagir.
A demora para a realização das obras de transposição foi tão grande que, hoje, mesmo com a decisão do Governo de implementá-la rápidamente, ela já não resolve o problema, será apenas um paliativo, uma solução pela metade.
Sejamos realistas, Campo Largo precisa tirar a BR-277 de dentro de si. A rodovia precisa ser desviada, enquanto há possibilidades relativamente baratas para isso. Uma das soluções seria levar as duas pistas para o traçado da PR-423, que liga Campo largo e Araucária e despejar quase e totalidade do fluxo pesado diretamente no Contorno Leste, já no Pinheirinho, em Curitiba. Esta solução, sim, seria definitiva para Campo Largo e facilitaria o tráfego de veículos que vêm do Interior do Estado, para São Paulo, Paranaguá, Santa Catarina e Porto Alegre. Só continuariam utilizando o traçado atual da BR-277, os veículos leves e as cargas que têm como destino, Curitiba. Mesmo assim, continuaríamos necessitando das obras de Transposição do traçado atual e das marginais, ligando o Itaqui ao Barigui.
A sociedade campo-larguense não pode e nem deve se acomodar, agora que as autoridades estaduais decidiram que vão executar as obras de transposição. Parece que desta vez a obra sai, mas é importante que continuemos mobilizados, alertas, porque, de tanto esperarmos, de tantos recebermos promessas jamais cumpridas, temos desconfiança até mesmo depois que as máquinas estiverem no trecho, abrindo o leito da nova pista. Precisamos ver a obra efetivamente concluída, para aí sim, podermos comemorar.
A importância de continuarmos mobilizados e, cada vez mais organizados, tem um motivo. Nós, os cidadãos que pagamos impostos, e muitos impostos, precisamos nos conscientizar de que as autoridades não fazem mais do que sua obrigação, quando nos devolvem pequena parte desses recursos, em obras necessárias para melhorar a nossa qualidade de vida. Não precisamos pedir, em posição de inferioridade, obras e serviços públicos. Nós temos o direito de, educadamente, mas sem abaixarmos a cabeça, de exigir obras como esta, que além de poupar vidas, nossas vidas, melhora o exercício do nosso direito de ir e vir.
Para refletirmos um pouco sobre o quão grave é a continuação da BR-277, como está, vai um dado revelado pelo representante do DER, na sessão de Quarta-feira, na Câmara Municipal. De 2006 até hoje, foram registrados 826 acidentes, nesse trecho da rodovia, com 21 mortes no local. A estatística não aponta o número de mortos nos hospitais, o número de feridos, o número de sobreviventes com sequelas graves, tudo porque nós, como cidadãos, não exigimos como deveríamos, os nossos direitos, das autoridades que passaram pelo Palácio Araucária.