10-06-2011
Campo Largo está comemorando o início das atividades de uma das mais importantes indústrias do Estado, a SIG Combibloc, produtora de embalagens cartonadas assepticas, tipo Longa Vida, para alimentos e bebidas não carbonatadas. Um detalhe interessante chamou a atenção de todos os convidados na solenidade de inauguração: Os anfitriões atrasaram. Mas não tiveram culpa, um acidente na pista Curitiba- Campo Largo, da BR-277, engarrafou o trânsito e reteve os executivos da empresa por mais de meia hora na estrada. Nada muito grave, mas no discurso do presidente mundial da companhia, ele destacou que a escolha de Campo Largo, dentre vários fatores, estava a proximidade de porto, aeroporto e boas estradas.
Boas estradas? Já não é de hoje que a cidade de Campo Largo fica "ilhada", a cada acidente nesta rodovia. Não existe outra opção segura e rápida de ligação do Município com Curitiba, senão pela BR-277. Somos reféns desta estrada. A qualquer "mau humor" dela, nós sofremos as consequências. Ela "espirra" e nós sofremos uma Pneumonia. Sofrem os moradores ao longo das suas margens, por não terem escolha de retorno, por se verem obrigados a enfrentar o perigoso fluxo de veículos na sua travessia. Sofremos todos, quando precisamos trafegar pela BR, mesmo que por apenas alguns metros.
Não temos vias marginais, e os poucos metros que existem, não são seguros, não são a melhor opção. Se precisamos apenas atravessá-la, não temos trincheiras, não temos semáforos suficientes. A rodovia é, ao mesmo tempo, o alimento e o veneno da cidade. Algo precisa ser feito para solucionar o problema, porque se nada acontecer, já em 2014 a rodovia poderá provocar uma espécie de "AVC" e, congestionada, causar sérios prejuizos para todos nós.
Campo Largo precisa lutar, agora, com todas as forças da sociedade, poderes Legislativo e Executivo, sociedade organizada, empresários e o público em geral, para exigirmos obras urgentes, nesta rodovia. Já não basta apenas a construção da terceira pista, esta obra vai apenas empurrar parte do problema para um pouco mais longe, mas não resolve. Campo Largo precisa lutar pela construção de marginais em todo o trecho da rodovia, desde o Itaqui até à divisa com Curitiba. Só marginais em ótimas condições de trafegabilidade, entre as duas cidades, mais a construção de trincheiras nos principais pontos de cruzamento, solucionarão o problema definitivamente. E para um futuro não muito distante, além de obras rodoviárias a ligação entre Campo Largo e Curitiba necessitará de espaço para implantação de metrô ou trem de alta velocidade. E o traçado atual da BR-277 é o espaço mais adequado para este meio de transporte.