27-05-2011
O Governo Federal está lotado de petistas que nem sempre rezam pela mesma cartilha do partido ou da Presidência da República. São os chamados ativistas "xiitas", que estão lá não porque são competentes para a função mas, principalmente, por serem petistas de carteirinha, por terem passado anos e anos em reuniões com os "companheiros" e, desta forma, acreditam que são o próprio poder, conquistado pelo partido.
A questão do "Kit-Gay", é um exemplo clássico das coisas que acontecem dentro do partido, sem o conhecimento da cúpula. Um grupo cria um projeto e acha que aquilo é bom, é necessário e vai fazer bem para o partido e para o povo. Não vai. Não foi discutido pela população, não recebeu a aprovação dos órgãos responsáveis pela análise do assunto, ou se passou, os referidos órgãos estão viciados, inchados de "companheiros", que certamente ocuparam os lugares dos verdadeiros conselheiros.
O País já deveria ter instituições sólidas, formadas por profissionais concursados, competentes para cada função, exatamente para evitar casos semelhantes, quando uma facção desse ou daquele partido, uma vez no poder, consiga manipular um assunto até esse extremo. Afinal, nenhum cidadão, em sã consciência, admitiria a exibição de kits, como esse, aos seus filhos. Porque educar uma criança para que ela respeite os direitos dos outros, é uma coisa, e induzi-la à práticas para as quais ela ainda nem despertou, é algo completamente diferente. A distribuição do Kit-Gay, como ele estava, poderia causar uma reação negativa da sociedade, e isso a presidente Dilma Roussef percebeu a tempo, determinando a paralisação do projeto.
Antigamente existia no currículo escolar uma disciplina chamada Educação Moral e Cívica. Além de aprender a cantar o Hino Nacional Brasileiro, coisa que pouquíssimas pessoas conseguem fazer, hoje, os estudantes tinham, como uma das primeiras lições desta disciplina, o lema: " O meu direito termina onde começa o seu", ou seja, o direito de um cidadão acaba quando começa o direito do outro. E olha que nessa época, o chamado "Tempos Cinzentos", da Ditadura Militar, os direitos dos cidadãos não eram muito respeitados. Aliás, em regra geral, como não são respeitados também hoje. Pois bem: Naquela época, não se falava em homofobia e os gays eram muito mais respeitados do que são hoje, porque eram respeitados não pela sua opção sexual, mas como cidadãos, iguais a qualquer cidadão.
Já existe uma certa consciência coletiva, de que estar contra a distribuição do Ki-Gay não é ser homofóbico, muito pelo contrário. As crianças e jovens brasileiros precisam, sim, ser educados para não discriminar as minorias, respeitar o direito dos outros e ser ético, consigo mesmo e com os demais. Porque a ética está na base de todo o conceito de boa Educação, de bons modos, de civilidade. O respeito às diversidades está, consequentemente, inserido nessa virtude, que deveria ser difundida não somente na escola, mas principalmente no berço de cada uma das nossas crianças.