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Rede municipal de ensino conta com intérpretes de libras para alunos surdos e projeto

 

Prefeito recebeu ontem professoras intérpretes e alunos surdos e, durante a conversa com tradução para os pequenos, ganhou deles um sinal em Libras criado na hora

 

 

Rede municipal de ensino conta com intérpretes de libras para alunos surdos e projeto

Nesta quinta-feira (19), pela manhã, seis professoras intérpretes acompanharam todos os alunos surdos que estudam na rede municipal de ensino, em visita ao gabinete do prefeito. Eles estão no Ensino Fundamental das Escolas Municipais 1º de Maio e Augusto Pires de Paula (que fica no interior). Também a mãe de um dos alunos esteve presente representando os demais pais. Eles tiveram um encontro divertido e com muitas fotos, bem como uma conversa traduzida em Libras para os pequenos pela professora Vanessa Maria Vieira. 

Junto da secretária de Educação, Dorotéa Stoco, Vanessa e as demais colegas especializadas na atuação com surdos e pessoas com deficiência auditiva - Maria Claudia Ferreira de Lima Lunardon, Rosangela Pedra Gonçalves Pinto Teodoro, Angela Rossa, Jucilene Coutinho Lourenço e Daniela Risseto Delfino Liberato - apresentaram a forma de trabalho em sala de aula e contaram um pouco da trajetória do ensino de Libras na rede municipal de ensino. Além disso, o prefeito ganhou das crianças um sinal em Libras criado na hora para ele, baseado em suas características físicas, como se fosse um apelido único. 

Hoje o município conta com oito alunos surdos e eles são atendidos em duas frentes: no acompanhamento e interpretação em sala de aula regular com cada um deles, como professora intérprete, e com atendimento e atividades complementares nas Salas de Recursos Municipais – Surdez, em contraturno à escolarização que pode ser pela manhã ou tarde. Existe também o ensino da Libras em momentos de ludicidade dentro das turmas regulares. Ou seja, as turmas onde estudam os estudantes surdos têm esse estímulo e interação com a professora regular e a professora intérprete mediando.

"Nosso trabalho se configura com a finalidade de promover a mediação do processo ensino-aprendizagem e desenvolvimento de todas as atividades escolares onde possa haver a língua, seja ela a língua portuguesa ou Libras. E queremos oportunizar o desenvolvimento de Libras como a primeira língua, pelos surdos. Nosso papel é orientar não apenas os estudantes surdos, mas a família que necessita desse apoio educacional, emocional e da legalidade dos direitos do filho surdo incluso", explica Daniela Risseto Delfino Liberato que, além de professora intérprete de Libras, também atua na equipe pedagógica de Educação Especial da Secretaria Municipal de Educação.

Por conta dessa inclusão pensada também fora da escola, existe o Projeto Libras na Escola, com o objetivo de favorecer o processo de integração da criança surda com seus pares ouvintes que seriam, a princípio, os familiares (não só os pais, mas também avós, tios, entre outros). É um trabalho realizado em contraturno, na Sala de Recursos Municipais – Surdez, e dura o ano inteiro para que, no mínimo, os participantes saiam com um conhecimento básico de Libras. O projeto acontece no interior, na Escola Municipal do Campo Augusto Pires de Paula, localizada em Três Córregos, para os pais e estudantes. E também acontece na Escola Municipal 1º de Maio que dá prioridade aos pais e familiares dos estudantes surdos. Depois são priorizados professores da rede municipal que têm contato com os surdos e, sobrando vaga, professores da rede toda. 

O projeto tem sido um sucesso - tanto que para esse ano as vagas já foram preenchidas -, pois minimiza a segregação social evidenciada pela privação linguística e pelo fato de a sociedade não reconhecer a língua de sinais como uma língua referência da comunidade surda. Ainda que ela seja assegurada pela Lei Federal nº 14.191/2021, pela Lei Municipal nº 1452/2000 e pela instrução SEED/ SUED de agosto de 2016 que regulariza o ensino ministrado pelo professor especializado ouvinte e o estudante surdo.

Atualmente, as escolas da rede municipal que têm estudantes surdos e realizam o trabalho conjunto com a surdez são: Escola Municipal Carlos Drummond de Andrade (1 estudante), Escola Municipal Maria Joana Marochi (1 estudante), Escola Municipal do Campo Augusto Pires de Paula (1 estudante) e Escola Municipal 1º de Maio (5 estudantes).

Já são mais de 30 anos de escolarização de surdos em Campo Largo. "Muitos profissionais ajudaram a edificar essa história da educação de surdos e esse trabalho e dedicação dos professores da surdez sempre foi uma referência. Tanto que nossas salas de aulas com os estudantes surdos são procuradas para o desenvolvimento de trabalhos de muitos estudantes universitários e mestrando ou doutorandos", finaliza Daniela.