Muitos culpam o celular por ter afastado as pesso­as e por causar inúmeras doenças, tanto físicas como mentais. Isso não é mentira, é fato comprovado pela ci­ência. Mas também é fato que muitas pessoas têm sido ajudadas por grupos que vêm surgindo, especialmente no WhatsApp.

O Grupo Caminhos de Luz é uma dessas iniciativas. Formado por quatro psicólogas, duas psicopedagogas, uma assistente social, uma socióloga e mais oito vo­luntários, que trabalham de forma anônima nessa re­gião. Mas 35 pessoas atendem o Estado do Paraná para ajudar, buscando ouvir pessoas com traumas afetivos, profunda tristeza, casos de depressão leve e modera­da, além do combate ao suicídio. Eles já atenderam 49 campo-larguenses, que entram por meio da página do Facebook e lá passam a fazer parte do grupo de What­sApp para conversar. Em um ano de trabalho, foram mais de 1.756 atendimentos a nível nacional, além de realizar três atendimentos em Portugal, dois no Mo­çambique e um na Itália.

Um dos voluntários, que conversou com a Folha de Campo Largo, revelou que há crianças e pré-adolescen­tes que participam, relatando principalmente traumas, abuso e violência doméstica. As mulheres campo-lar­guenses que buscaram apoio têm entre 16 e 46 anos e conversam sobre traumas, abuso na infância, déficit de atenção, separação, desemprego, doenças e medo da morte. O público masculino de Campo Largo também recorre ao grupo e eles têm entre 25 e 50 anos, relatam casos de desemprego, questão financeira, frustração na vida, separação, perdas materiais e medo de fracassar.

“Fazemos uma triagem com as causas e conforme criticidade enviamos as psicanalistas, psicólogas, tera­peutas e em casos de necessidade de ouvir, dar atenção, os voluntários, que são treinados, passam a atuar com diálogo e motivação pessoal. Os atendimentos ocorrem de segunda a sexta-feira, das 08h às 20h. Casos críticos, assistimos a pessoa 24h, sempre conversando e fazen­do dinâmicas. Para participar, basta entrar em contato pelo Facebook @CaminhosdeLuz”, relata.

Quero ajudar!

Em algumas cidades, o grupo já con­ta com integração com grupos do poder público, como Samu, Polícia Militar e o Centro de Valorização à Vida (CVV), para onde são repassadas muitas pessoas que chegam até eles.

“Os profissionais que desejam atu­ar como voluntários poderão entrar em contato conosco. O mesmo dispõe os horários que poderá disponibilizar e nós inserimos na agenda. A satisfação e a ri­queza de espírito são estímulos a fazer sempre mais e melhor. As pessoas que vêm apoiar, vêm de coração, temos re­latos dos retornos arquivados e é muito prazeroso”, finaliza.