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Opinião

Cotas para presos, é isso mesmo?

Agora, empresas que têm contrato com o Governo Fede­ral para prestação de serviço têm que destinar parte das va­gas de emprego não só para ex-presidiários como também para presidi&

Cotas para presos, é isso mesmo?

Agora, empresas que têm contrato com o Governo Fede­ral para prestação de serviço têm que destinar parte das va­gas de emprego não só para ex-presidiários como também para presidiários. Muitas pessoas ficaram boquiabertas com a decisão, em um país com quase 13 milhões de desempre­gados. 13 milhões! É mais do que a população da Bélgica ou da Bolívia, por exemplo.

Sem dúvidas é preciso um trabalho de ressocialização dos presos, até mesmo tratamento psicológico em muitos casos para tratar presidiários e torná-los parte da sociedade e, sim, do mercado de trabalho. Mas tirar o emprego de quem está na luta diária e começa a ficar à mercê da criminalidade para dar a vaga a quem cometeu algum crime, está difícil de entender a lógica. Será que começa a ser vantajoso, então, cometer um crime e assim ter garantido uma vaga de empre­go? É isso que querem nos mostrar?

Mais uma vez o País mostra valores distorcidos. Não se pensa em parar com a roubalheira e investir na Educação, mostrar um futuro diferente para os jovens, com oportunida­des. Bom, que futuro? Os últimos anos têm deixado muitos desorientados ao pensar em futuro, o que será das próximas gerações.

No decreto assinado pela Cármen Lúcia, presidente da República em exercício na terça-feira (24), as empresas que prestam serviço ao Governo Federal com contratos superio­res a R$ 330 mil são obrigadas a contratar presos provisó­rios, presos dos regimes fechado, semiaberto ou aberto, ou egressos do sistema prisional. A porcentagem de vagas que devem ser preenchidas varia de acordo com o número de funcionários da empresa, podendo ser de 3 a 6%.

Nossos representantes sempre consideram melhor criar medidas para mascarar problemas e mostrar que algo está sendo feito. Mas não está! Um país onde falta presídios para a quantidade de presos, no mínimo precisa ser revisto em todas as suas esferas. Qual a causa do problema? O que precisamos fazer para evitar com que esse alto índice de criminalidade só venha a aumentar dia após dia? O que fa­zer para melhorar educação e dar mais condições dignas à nossa população? Primeiramente os políticos precisam olhar para o próprio umbigo e refletir o que é que eles estão fazen­do com nosso País.