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Fanático de coração

A história de um time que se formou pela paixão ao futebol e a insistência de estarem juntos

Fanático de coração

Um time criado totalmente pela empolgação e pela persistência - é dessa forma que falam do Fanático F.C. Esse nome retrata, segundo explica o presidente da Liga Paranaense de Futebol, Alceu Mocelim, a persistência dos jogadores. Detalha que eles iam para qualquer lugar para jogar e, após um jogo em São Luiz do Purunã, pensando nessa persistência dos jogadores, que chegaram ao nome Fanático F. C.

A data oficial da fundação do time foi em 11 de junho de 1944. Neste mesmo dia foi eleita a primeira diretoria do time composta pelo presidente Floresval Leal (conhecido como Vaso), vice-presidente Gastão Kuster, secretário-geral João Dallabona, primeiro secretário Paulo Silva, segundo secretário Augusto Bonato, tesoureiro geral Bonifácio Koellner, primeiro tesoureiro José Marzani Neto, segundo tesoureiro José Aloísio Koellner e diretor esportivo Antônio Winheski.

A filha do vice-presidente da época, Tereza Pianaro, contou como foi esse início: “Eu lembro que quando eu tinha 07 anos, o Fanático F.C. já existia, meu pai sempre falava que o nome surgiu porque os jogadores insistiam muito em ficar juntos. Os jogos eram um momento muito familiar. Tanto que hoje eu sou a relação pública do time, pois meu pai passou o amor dele pelo time para mim, me levando em todos os jogos”.
No mesmo dia da fundação do time e escolha da diretoria, foram adotadas as cores azul, vermelho e branco para seu pavilhão esportivo. O local do primeiro campo não é o mesmo da sede atual, ele ficava localizado na Rua Centenário, próximo à TVS.

Tereza conta um pouco da época: “Eu ia em todos os jogos com meu pai, ficava atrás do campo, sempre dizia que se eu fosse jogar, iria ser goleira. Após as vitórias, nós íamos comemorar na casa da dona Zélia (mãe de um dos jogadores), onde hoje é a atual joalheria First. Era algo muito simples com refrigerante e cerveja, apenas para confraternizar com a família e os amigos”.
Alceu conta uma parte da história que ficou marcada: “O Fanático F.C. sempre ficou conhecido por suas vitórias, principalmente na copa paranaense de futebol amador que é organizado pela Federação

Paranaense de Futebol, ele ganhou a taça em 1968, 1976, 1978, 1979, 1983 e 1986. Nesse período ele ficou sem ganhar a taça por alguns anos”.
A Tereza relata que isso aconteceu por diversas decisões ruins que o time teve, por conta disso, ele teve que vender alguns bens para se manter em pé. O antigo campo foi vendido, mas um fanaticano de coração, conhecido como Cavali fez a doação do novo campo que é o lugar até hoje, na Rua Quintino Bocaiúva, 1200: “Na época isso foi uma decisão muito importante para fazer com que o time conseguisse sobreviver e ter mais vitórias futuramente”.

Porém, além do Domingos Cavali - nome que leva o nome do estádio, teve a colaboração de diversos fanaticanos: Zico Kelner foi quem colocou toda a grama, toda a madeira da antiga cerca do campo (atualmente muro) foi doada pelo Sr. Antônio Pianaro, a drenagem do campo foi projeto e supervisão do sr José Polezello, genro do sr. Domingos Cavalli. Para a construção também teve o auxílio do Newton Puppi quando presidente, juntamente com Adolfo Bonato na vice-presidência, eles fizeram uma rifa de um carro Renault Dauphine azul, no qual o sr Renato Hoft ganhou.

Em 2015, o Fanático voltou a ganhar a taça paranaense de futebol amador, no qual obteve vitória em 2016 e 2017 também. Atualmente o time foca muito nos profissionais da cidade e tem várias estratégias para criar o amor fanaticano, no ano passado, por exemplo, o torcedor não pagava entrada nos jogos, apenas doava um quilo de alimento para a composição de cestas básicas para serem doadas.