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Paraná e o legado “Peabiru”.

O estado do Paraná pode conter a maior parte dos caminhos e ramais do Peabiru, conhecido como caminho dos Índios.

Paraná e o legado “Peabiru”.
Em meio aos estudos e investigações sobre o Caminho de Peabiru, a equipe de Dakila Pesquisas foca no estado do Paraná, onde parece ter grande parte dessa estrada preservada e com possibilidade de uma reconstrução física e cultural.
 
Segundo as histórias mais tradicionais, o Caminho de Peabiru foi construído pelos indígenas há mais de 3 mil anos, ligando o Oceano Atlântico ao Pacífico. Indícios apontam que essa estrada passava pelos estados de Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul, e países como a Bolívia, Paraguai e Peru.
 
Nesse ano de 2023, a equipe de pesquisas realizou três viagens ao estado do Paraná com intuito de encontrar evidências do Caminho de Peabiru. Destacando, que grande parte dos pontos visitados foram indicações de associados e moradores locais.
 
Logo no início de setembro a equipe esteve em Barra de Ararapira, no litoral paranaense, por indicação da Yasmin Pires que também auxiliou a guiar a equipe de pesquisas na Ilha de Canudal, onde avistaram gravuras de alto relevo expostas na pedra.

Um dos principais motivos que levaram os pesquisadores a essa região foi o fato de que em dois pontos do mapa enviado por Yasmin existem linhas paralelas, similares a estradas. Sendo que em um dos pontos, estas linhas estão no continente e em outro uma delas sai do continente se estendendo pelo Oceano Atlântico.

Em um segundo momento entre os meses de outubro e novembro, a equipe visitou os municípios de Balsa Nova, Campo Largo, Curitiba e Quatro Barras. Através da apresentadora Adriana Araújo, o CEO do Ecossistema Dakila, Urandir Fernandes de Oliveira foi apresentado ao secretário municipal de Esporte, Lazer e Cultura de Campo Largo, Luiz Gustavo Torres, que guiou a equipe até dois pontos turísticos: o Cristo do Purunã e a Capela do Tamanduá. Nesse último, a equipe realizou um mapeamento superficial dos tuneis utilizados pelos jesuítas antigamente como rotas de fugas, através do radar de penetração de solo (GPR).

Ainda nesse período, os pesquisadores percorreram a trilha de Itupava e já no começo observaram uma estrutura desmoronada semelhante a um mini silo. Após algumas horas de caminhada a equipe se deparou com o pavimento original, o caminho de pedras da estrada de Peabiru, tendo um grande trecho em ótimo estado de preservação, além disso os pesquisadores observaram diversos símbolos em pedras durante o percurso.

A última vez que a equipe se direcionou ao Paraná foi nas primeiras semanas de dezembro se estabelecendo no município de Castro e visitando Ponta Grossa, Catanduvas, Tibagi, Abapá e Quatro Barras novamente. Logo no primeiro dia, os pesquisadores se reunirão com o prefeito Álvaro Telles e a equipe de turismo, incluindo a secretária de Cultura, Indústria, Comércio e Turismo, Gisele Ávila Coradassi; a superintendente de turismo, Maristela Ronconi; o chefe do Departamento de Turismo Juliano Roberto; e a historiadora Amelia Podolan Flugel.

Os pesquisadores observaram uma taipa de pedras em meio a estrada PR 340 sentido Castro/Tibagi; inscrições e símbolos na pedra conhecida como Pata do Leão, ou ainda como Escarpa

Devoniana;uma vala semelhante a um geoglifos, porém com taipas de pedra em seu interior, sendo um grande diferencial. Todos esses pontos foram sugeridos pelo pesquisador da memória Joel Lourenço, que guiou a equipe juntamente com o chefe do Departamento de Turismo de Castro, Juliano Roberto.

Ainda em dezembro, no distrito de Itaiacoca, Ponta Grossa, a equipe foi capaz de observar nítidas evidências do caminho de pedra de Peabiru no Buraco do Padre. No intuito de realizar um relatório técnico para o proprietário do parque e obter mais dados da região, o pesquisador Fernando Andreazza, responsável por essa parte técnica, realizou um mapeamento da área com o LIDAR gerando uma ortoimagem, além de realizar uma varredura com o GPR que foi capaz de identificar algumas cavidades subterrâneas no local.

O último local visitado pelos pesquisadores foi em uma propriedade privada em Quatro Barras, onde se depararam com mais remanescentes do caminho de pedra, assim como taipas, sementes das gramíneas de Peabiru, cavidades e metais ferrosos e não ferrosos, apontados pelo GPR.

Dakila Pesquisas pretende contribuir com a preservação dos caminhos de Peabiru e a valorização da história e cultura do estado e principalmente do país, para isso a equipe busca informações com a população, autoridades, museus, universidades, entre outros para auxiliar no foco e direcionamento dos próximos passos. Em suma, citando o CEO do Ecossistema Dakila: “Compreender esse caminho é descobrir o passado para entender o futuro”.