Quinta-feira às 03 de Outubro de 2024 às 10:15:15
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Investir em terrenos é um bom negócio imobiliário, mas exige estudo da área

Atenção e estudo da área são importantes antes de investir na compra de um terreno. Corretor e empresário do setor dão dicas de como fazer um bom negócio

Investir em terrenos é um bom negócio imobiliário, mas exige estudo da área

Campo Largo ainda é uma cidade que conser­va uma proporção boa de terra que está sendo empregada para outras coisas, que não sejam edificações, residências e comércios. Mesmo próximo do Centro, é possível encontrar terrenos que abrigam criações de cavalos e plantações, o que chama muita a atenção de investidores.

“Quem tem um terreno aqui, dificilmente quer vendê­-lo, porque sabe o quanto é valioso hoje. Hoje quem compra mais terrenos são construtores, seja para fazer condomínio, e depois dividir e vender partes deste terreno, ou seja para pequenos construtores que constroem unidades de casas”, explica Ananias Machado de Lima Junior, corretor imobiliá­rio e empresário do setor.

O primeiro passo para quem está pensando em adqui­rir um terreno para investimentos é saber o que está sendo procurado no mercado, consultando imobiliárias e pesqui­sando em jornais ou até pela internet. “O mercado é muito volátil, muda a cada ano o perfil dos compradores. Quando constroem muitas casas na faixa de 200 a 300 mil reais, o mercado sente falta de casas na faixa de 800 mil a um mi­lhão de reais, por exemplo”, diz.

Para os novos investidores, Ananias Jr. indica ainda ad­quirir um terreno de duas frações – uma partilha de um ter­reno comum, fazendo duas unidades neste caso – para que possa dar um retorno inicial.

Localização, solo e umidade devem ser analisadas

O primeiro passo é verificar o tipo de empreendimen­to que será feito e em qual local ele será concretizado. “Não se torna viável você adquirir um terreno para construir uma casa de alto padrão, onde há índices altos de criminalidade. A valorização do imóvel está diretamente relacionada à re­gião onde ela se encontra”, diz.

É importante verificar o tipo do terreno também, se ele é plaino ou é um declive, se está no nível da rua, acima ou abaixo, pois tudo isso influencia na caída de água da chuva, que vai para dentro do terreno, e prejudica na construção. Fazer o aterramento também não é uma opção bastante viá­vel, explica o corretor, pois com o tempo a terra vai baixando e começam a aparecer problemas nos empreendimentos. Segundo ele, o ideal é comprar terrenos acima do nível da rua, pois há possibilidade de fazer corte, e a água da chu­va escoa na rua.

Para comprar terrenos para construções específicas – como de um barracão, por exemplo – , é importante saber se as dimensões dele são aprovadas na Prefeitura. Antes de comprar um terreno é importante verificar as confron­tações da matrícula e se é matrícula única, qual a Guia Amarela, que irá indicar o que pode ser construído naque­le local. “Os estudos de área são importantes e podem ser feitos em até 15 dias, mas que podem evitar que a pessoa adquira um terreno que não pode abrigar nada, ou veja se o financiamento pelo banco será possível, caso não te­nha todo o dinheiro. Peça para o vendedor, faça um acor­do com ele e após todas as circunstâncias analisadas, dê o retorno. Evite comprar por impulso, pois são muitos ris­cos; da compra, do investimento na construção, da venda para então chegar ao lucro, por isso a importância em di­minuir esses riscos”, diz.

“Aconselho sempre que na hora de comprar um terreno para construir em um bairro ou rua nova, não seja o primei­ro. Furtos acontecem principalmente nessas construções, onde somem ferramentas, material, pois é um local onde não há fluxo de pessoas”, recomenda.

Para localidades novas é importante verificar a infraes­trutura oferecida, como estabelecimentos comerciais, segu­rança, escolas e hospitais próximos, pontos turísticos, como parques e praças, ônibus. Saídas para região central ou para Curitiba também contam na hora da avaliação.

Financiando um terreno

Hoje a Caixa Econômica Federal não realiza financia­mento de terrenos, por exemplo. O empresário diz que o re­comendado é fazer um aporte financeiro, no qual compra o terreno e faz um empréstimo já com o terreno no nome do futuro proprietário. Os juros chegam de 1,2 a 1,7% ao mês, considerado um pouco mais elevado, em até 360 me­ses de parcelamento. O valor total desse aporte financeiro é de 60% do valor do terreno, o restante deve ser pago antes de ser passado para o nome do futuro dono.

Vendendo ou alugando terrenos

Para que as pessoas tenham interesse pelo terreno ofertado, Ananias recomenda que o proprietário mantenha ele limpo, demarcado com muros ou cercas para que quan­do o comprador olhe, tenha noção da dimensão do local.
Outra ferramenta importante é divulgar o terreno em jor­nais e internet, trazendo informações do que pode ser cons­truído naquela área, quantas frações podem ser divididos.
As permutas também são uma boa opção de negó­cio. Nela, o investidor compra o terreno em troca de uma ou mais unidades – dependendo do tamanho do lote em ques­tão – ao dono do terreno.
Há empresas especializadas na locação de terrenos, que podem abrigar torres de telefonia, estabelecimentos como estacionamentos, lava-car, barracões, local para abri­gar food trucks, entre outros, com retorno garantido.