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Artista plástico Toto Lopes tem quadros expostos em aeroporto e em Londres

Há mais de 25 anos no ramo, Toto Lopes está colhendo os louros do seu trabalho nas Artes Plásticas.

Artista plástico Toto Lopes tem quadros expostos em aeroporto e em Londres

Há mais de 25 anos no ramo, Toto Lopes está colhendo os louros do seu trabalho nas Artes Plásticas, sendo reconhecido inclusive internacionalmente pela arte singular e de bastante personalidade.

O campo-larguense possui uma exposição de sete obras na sala vip do Aeroporto Afonso Pena, em São José dos Pinhais, destinada ao embarque de autoridades políticas. As obras fazem parte de um conjunto que retrata a história, geografia e paisagens paranaenses. “Foi um convite do Governo do Paraná para que eu fizesse a exposição. Por ser uma sala vip, somente as autoridades têm acesso às obras, mas é muito gratificante saber que o meu trabalho tem sido apreciado também por essas pessoas, que são de vários locais do estado, país e mesmo do mundo”, conta à Folha de Campo Largo o artista Toto Lopes.

O Governo do Paraná já tem os direitos autorais sob a obra Acaé Azul, do artista campo-larguense, usada para presentear autoridades que visitam o Paraná e participam de reuniões com as autoridades do Estado.

A obra Acaé Azul foi elaborada por Toto Lopes ainda no início de 2020, levando cerca de um mês para ficar pronta e que chegou a ser estudada por alunos da rede pública de ensino. Como inspiração, o artista considerou o ambiente que há no Paraná, retratando a Araucária, em fase de extinção – o Governo está fazendo campanhas de plantio de milhares de mudas para a recuperação da mata – o aspecto da valorização, a gralha azul – Acaé em tupi é gralha, a escolha da palavra remete à cultura indígena do estado –, o folclore paranaense – por meio das lendas –, a semente – que remete à vida e à população – e o trabalho com a coloração, valorizando o verde da mata, o amarelo dos minerais, o rosa do empoderamento da mulher paranaense.

Quadro em Londres
Toto também tem um quadro exposto em um pub em Londres, na Inglaterra, bastante famoso, e que remete à cultura brasileira, chamado “Made In Brasil”. “Eu já havia comercializado obras para países da Europa, mas o comprador viu minha obra que se chama Cristo e gostou muito, pedindo para que a enviasse, para decorar o ambiente. A obra tem muito a ver com o local, que tem muita referência brasileira, principalmente do Cristo Redentor, então serviu como uma luva. Trabalhei muitas cores nesta obra, ela é bem vibrante, muito amarelo, verde limão, que retrata ainda mais a cara do Brasil”, comenta.
O estilo de Arte de Toto Lopes é bastante particular e embora ele possua coleções variadas, as peças se conversam entre si. “Assim como Picasso e Vicent Van Gogh têm suas próprias linhas de Arte, seus estilos de pintura que os caracterizam, também tenho o meu particular, que tem se destacado. Com a pandemia, a estética e a personalidade foram bastante valorizadas e isso foi crucial. Minhas obras sempre têm um ponto principal, com uma composição ao fundo e são coloridas. Eu estudo muito, pego muitas referências e isso contribui cada dia mais para aumentar o meu repertório artístico”, diz.

Humildade sempre
O artista campo-larguense começou ainda criança, quando produzia seus próprios materiais para pintar – as tintas por meio da argila colorida e os pincéis de crina de cavalo. “Nunca me deixei abater porque não tinha dinheiro para comprar os materiais. Eu sei que vim para este mundo para espalhar a Arte. Quando era um pouco mais velho, entrei em um projeto social, onde aprendi muitas coisas. Na juventude fiz desenhos de pessoas e pintei roupas de praia para vender. Também elaborei e estive à frente de projetos sociais, que ajudaram a espalhar o conhecimento e gosto pela Arte para centenas de crianças e adolescentes”, relembra.

Foi com o quadro A Santa, que recebeu premiação da Unesco, que Toto viu seu nome sendo reconhecido internacionalmente pela primeira vez. “Fiquei um tempo sem ideias para pintar e certa manhã me levantei e veio aquela imagem na minha cabeça, como uma visão. Participei com a obra de três amostras na Itália e fui premiado. Uma sensação indescritível”, completa.

A pandemia fez com que os projetos sociais feitos por Toto Lopes precisassem parar por um tempo, foi quando ele deu mais atenção ainda às suas próprias coleções. “Acredito que ser simples e humilde é o que nos leva mais longe. Não tenho ambição de ser famoso, mas é muito gratificante ser reconhecido em vida – pois muitos artistas são reconhecidos só após a morte. Quero levar o nome da nossa cidade e a nossa cultura mais longe, por meio dos meus quadros”, finaliza Toto.