16-12-2010
Produto químico usado em embalagens afeta fertilidade das mulheres
16-12-2010
Depois de um estudo americano mostrar que o bisfenol-A, produto químico usado na composição de embalagens, afeta a qualidade do sêmen, outra pesquisa dos Estados Unidos demonstrou que a substância diminui a fertilidade feminina ao prejudicar a qualidade dos óvulos.
O bisfenol-A, ou BPA, é um composto químico que serve para diluir a resina de poliéster a fim de torná-la mais líquida e facilitar sua laminação. Está presente em grande quantidade de recipientes de alimentos e bebidas, como mamadeiras e garrafas retornáveis.
Os pesquisadores da Universidade da Califórnia, em San Francisco (EUA), avaliaram os níveis de BPA e as taxas de fertilização em 26 mulheres que passavam por tratamento de fertilização in vitro.
Os estudos mostraram que, quando o nível de BPA do sangue de uma mulher era o dobro em comparação com outra amostra, a quantidade de ovos que conseguiam ser fertilizados caía pela metade.
- Os dados indicam os efeitos negativos do BPA na saúde reprodutiva e a importância de realizarmos mais estudos para descobrir como ocorre a interferência na fertilidade.
Segundo um dos autores da pesquisa, Michael Bloom, da Universidade de Albany, mesmo quando os efeitos na reprodução são baixos, o cenário é preocupante.
Pesquisas anteriores feitas em animais mostraram que o BPA tem efeitos ruins sobre os órgãos reprodutores de camundongos machos e fêmeas. De acordo com o coordenador da pesquisa, Victor Fujimoto, professor do Departamento de Obstetrícia, Ginecologia e Reprodução da Universidade da Califórnia, mais pesquisas em humanos ainda são necessárias.
O Canadá foi o primeiro país a classificar, em outubro, o BPA na categoria de substâncias tóxicas. Em março de 2009, os seis maiores fabricantes americanos de mamadeiras decidiram suspender a venda de produtos com BPA nos Estados Unidos.
A União Europeia também decidiu proibir a produção de mamadeiras com bisfenol A a partir de março de 2011.
A comercialização também passa a ser proibida a partir de junho do mesmo ano. A substância também é proibida na Dinamarca e Costa Rica, bem como em alguns Estados americanos.