Na última semana, o Brasil perdeu uma de suas maiores personalidades, reconhecido mundialmente e com uma história inspiradora. O maior comunicador brasileiro, Senor Abravanel, o eterno Silvio Santos, faleceu aos 93 anos, deixando uma trajetória de grande sucesso e que deverá servir de verdadeira influência a todos que desejam conquistar seus sonhos, independente do tamanho que eles tenham. Como ele mesmo dizia, com muita criatividade, espírito de inovação, mas principalmente com a "transpiração", o colocar a mão na massa, não há nada que seja inalcançável ou obstáculos que não possam ser vencidos.

Tendo iniciado como um homem simples, um vendedor ambulante com uma excelente oratória, alcançou seu espaço no rádio e na televisão em um momento onde as tecnologias começavam a caminhar no Brasil. Muito por conta do seu envolvimento com o público, o icônico "Programa Silvio Santos", com periodicidade semanal, transformou-se em um momento familiar, quase imperdível para as famílias brasileiras.

Os bordões, a risada e a forma simples, mas eficiente em se comunicar, logo tomou espaço no coração dos brasileiros e, dificilmente, há alguém que nunca tenha ousado imitá-lo em uma roda de amigos. Aos poucos, essa sua habilidade foi galgando mais espaço e estabelecendo um padrão alto dentro da indústria do entretenimento, ainda que com quadros simples.

Além de apresentador, atuava como criador, produtor, diretor e estava sempre atento aos detalhes dos programas da casa, responsável por revelar grandes nomes, como Eliana, Augusto Liberato (Gugu), Celso Portioli, Hebe Camargo, Jô Soares, Maísa Silva e tantos outros. Possuía grande ética em suas relações com os funcionários e era carinhosamente tratado como "O Patrão".
Poderíamos ousar dizer inclusive que tinha um carinho especial pelas crianças, preservando em sua grade horária os desenhos de grande sucesso mundial e as aguardadas séries. Implementou no Brasil o Teletom, cedendo horário por mais de 24 horas em sua programação para angariar fundos e auxiliar as crianças, adolescentes, adultos que nasceram ou adquiriram uma deficiência ao longo da vida. Sempre deixou claro que este não era um programa do SBT, mas que ia ao ar no canal, de maneira completamente voluntária.

Não tinha medo de ousar e até mesmo "provocar" a sua grande rival, Rede Globo, aguardando epsódios das novelas terminarem para seguir com a sua programação. Os jogos interativos, as mudanças frequentes para empolgar seu público e as inesquecíveis "pegadinhas" com o Ivo Holanda, Ruth Romcy, Carlinhos Aguiar e tantos outros atores, que arrancavam boas risadas em frente à televisão. Sem contar o Roda a Roda, Show do Milhão, Topa Tudo Por Dinheiro e tantos outros, comprovam que Silvio Santos entendeu que para se destacar e criar uma conexão genuína com os espectadores, era necessário mais do que apenas um bom roteiro — era preciso investir na relação humana e no afeto. Grande parte das pessoas já quis vê-lo pessoalmente.

O que temos agora que ele partiu são excelentes ensinos, capazes de serem aplicados em qualquer ramo que se atue, uma vez que a paixão pelo que se faz, aliada a uma dose saudável de criatividade e inovação, pode não apenas alcançar o sucesso, mas também inspirar gerações e transformar realidades.