Semana de pagamentos e milhões de brasileiros utilizaram o pix.
Semana de pagamentos e milhões de brasileiros utilizaram o pix. Seja para receber o salário ou também para efetuar pagamentos diversos, desde pessoas físicas, jurídicas, para cartões de crédito, etc, sendo eles realizados por celular. Há ainda as movimentações feitas por aproximação, uma facilidade já disponível em diversos aparelhos eletrônicos, onde é cadastrado o cartão de crédito/débito, e com um acionamento simples, sem precisar pegar a carteira, o pagamento é efetuado via smartphone, que se tornou o principal canal de pagamento no Brasil, com 82% da quantidade transacionada no Brasil em 2023.
Segundo informações divulgadas pelo Banco Central (BC), foi possível constatar um aumento progressivo no uso de instrumentos digitais de pagamento pela população. Nos últimos dados coletados pelo BC, divulgados no início de junho, e que se referem ao ano de 2023, as transações por aproximação (contactless). O levantamento mostrou que o número de operações com cartões de crédito feitas por aproximação cresceu de maneira significativa na comparação com outras formas de captura (tarja, chip e não presencial): de 23,1% para 31,1%, nas quantidades transacionadas nos últimos trimestres de 2022 e 2023.
Ainda, os pagamentos no débito cresceram de 24,4% para 35,2%, quando observado o mesmo período. A tendência é de crescimento ainda maior no pagamento por contactless, especialmente após o lançamento do pix por aproximação, previsto para acontecer em novembro desde ano e tem sido considerado um “aperfeiçoamento que simplifica a jornada de iniciação de pagamentos com Pix, possibilitando a redução de etapas nos pagamentos online, além de viabilizar a oferta de Pix em carteiras digitais”. Além do uso para aplicativos de bancos, há ainda documentos, planos de saúde, redes sociais, entre outros que podem fornecer dados sensíveis.
A Folha de Campo Largo conversou com Rafael Bichibichi, que atuou por 12 anos na área de Tecnologia de Informação, enfatizou a necessidade do usuário de smartphone estar familiarizado com as funções do aparelho e com o que ele deve ou não fazer. “É importante pesquisar sobre o seu aparelho, porque é simples usar, mas precisa saber de tudo o que ele pode fazer, quais ferramentas de segurança podem te auxiliar, isso independente do aparelho. Hoje, no Brasil, já existem mais celulares do que habitantes e precisamos ter esse cuidado. Quanto mais tecnologia e celulares tem, mais pessoas maldosas vão existir.”
Ele explica que as vezes atitudes que levam um segundo, podem comprometer de maneira irreversível os dados da pessoa, que poderão ser usados de maneira maliciosa. Ressalta que a atitude do usuário irá influenciar em 100% na segurança daquele telefone. “Preste muita atenção às notificações que você recebe, quem está mandando aquela mensagem no WhatsApp ou SMS. Se tiver dúvida, é melhor perguntar, pesquisar, principalmente quando o sistema é o Android, justamente por ele ser mais vulnerável. Às vezes basta um clique para eles infectarem seu aparelho e pegarem seus dados. É muito difícil a pessoa sofrer um ataque ‘do nada’, justamente porque não tem como, só dando a brecha para que essa invasão aconteça”, alerta.
Ressalta também que um usuário comum não consegue ter a noção que o seu aparelho está infectado por um vírus ou pela ação de um hacker. “A invasão é sutil, silenciosa, que vai sondar o seu aparelho na hora que você for colocando seus dados de banco, principalmente. Quando menos esperar, eles vão invadir o aplicativo de banco, clonar o WhatsApp, entre outras situações que envolvem golpes. Existem antivírus bons nas lojas de aplicativos, que até ajudam, é uma segurança a mais, mas não dá para extrapolar e começar a baixar várias coisas ou acessar links suspeitos”, diz.
Como se prevenir
Rafael orienta a ativar sempre as configurações de segurança e antifurto que possam existir. Elas dão uma proteção de segurança a mais, principalmente no caso de perder o aparelho ou acabar sendo roubado.
A atualização dos sistemas operacionais também deve ser mantida, pois nelas há correções de falhas de segurança. “O Android tem atualizações mais frequentes e, geralmente, não há uma sincronização para atualização dos aparelhos, então a pessoa deve ficar atenta. Isso previne a ação de invasores. No iOS, que é o sistema do iPhone, a atualização leva mais tempo para sair, mas todos os celulares são atualizados de maneira quase simultânea. É imprescindível ficar atento às atualizações”, completa.
Os aplicativos também lançam atualizações de segurança e possuem dispositivos para aumentá-la, por meio de criptografias, pin, e-mail de segurança, entre outros recursos. Rafael orienta a ativá-los, uma vez que, se o celular for contaminado por vírus e os aplicativos não tiverem uma proteção adequada, há mais facilidade em invadir.
Aplicativos de bancos devem ser baixados pela loja (App Store ou Play Store), jamais por links. Na loja de aplicativo, escreva o nome do seu banco. Selecione o primeiro que aparece, pois geralmente é o correto, porém, verifique o número de estrelas, as opiniões de outros usuários e o número de downloads.
Para quem usa o contactless (aproximação) no telefone, é importante ir ao aplicativo do banco e limitar o valor de transferência para esse modo, para questão de segurança.
“Não é seguro utilizar wi-fi público ou usar USB público. Se tiver infectado, vai infectar seu aparelho também. A partir desse momento, se a pessoa mal intencionada identificar uma brecha, ela pode instalar algo no seu celular e capturar alguma informação. Se precisar utilizar wi-fi público, prefira de algum estabelecimento comercial, principalmente o que já é utilizado pelo próprio vendedor”, completa.
Android x iOS
Rafael fala que independente do sistema operacional do celular, é necessário tomar atitudes que tragam segurança ao utilizar quaisquer aplicativos. “Em termos de comparação, o Android é um código aberto, enquanto iOS é um código fechado. Isso quer dizer que o sistema do Android está disponível para vários fabricantes de celulares que utilizam ele como sistema operacional, como Samsung, Motorola, Xiaomi, entre outras marcas. Isso faz com que o sistema fique mais vulnerável a hackers, além da possibilidade de baixar aplicativos que não estão na loja oficial, os chamados APKs. O usuário deve ficar muito atento no que ele clica, abre ou baixa. No sistema iOS somente a fabricante Apple tem acesso ao código, por isso só é permitido baixar aplicativos que são ‘aprovados’ pela empresa, sendo necessário passar por um processo bastante rigoroso na hora de disponibilizar um aplicativo na App Store, que passa por vários sistemas de validação”, diz.