Sabado às 23 de Novembro de 2024 às 08:12:03
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Momentos em família podem ser boas opções de presente para gerar memórias afetivas nas crianças

Dia das Crianças está próximo e o Natal logo chega também. Famílias costumam se perguntar como presentear as crianças, um costume, consideravelmente comum.

Momentos em família podem ser boas opções de presente para gerar memórias afetivas nas crianças

Dia das Crianças está próximo e o Natal logo chega também. Famílias costumam se perguntar como presentear as crianças, um costume, consideravelmente comum. Porém, nem sempre objetos, presentes físicos são as opções mais assertivas. Considerar a ideia de presentes “abstratos”, como passeios simples, momentos de diversão em família e viagens.

Quem explica mais sobre a possibilidade é Letícia Gonçalves, psicóloga e neuropsicóloga infantil. “Levar a criança a entender os presentes abstratos, como passeios e viagens, é de extrema importância. O mundo de hoje é consumista e o modo que criamos as crianças também pode levá-las a um perfil mais consumista. Se ela sabe que tudo o que ela quer os pais compram, ela não dará tanto valor para o presente ganho, esquecendo o porquê o ganhou.”

Ela comenta que uma orientação que dá para as famílias é elas pensarem o porquê estão dando o brinquedo para a criança. “Ao trocar e dar opção de presenteá-la com passeio, acabamos envolvendo a criança no projeto, ela vai se entusiasmar. Devemos dar opções para ela, deixar com que ela escolha e o adulto se mostrar entusiasmado à atividade, o que a torna muito mais atrativa para a criança”, orienta.
Retrata ainda que esses passeios são mais oportunos quando acontecem ao ar livre, na natureza, do que em shoppings, por exemplo.

Também comenta que é importante repensar a atitude de presentear a criança, qual o sentido. “Nós observamos que as crianças se mostram muito mais entusiasmadas contando sobre passeios e viagens com a família do que ao contar que ganhou determinado brinquedo. Muitas vezes as crianças pedem o brinquedo não porque ela realmente quer, mas porque o amigo ganhou e comentou com ela. Não precisa planejar uma semana em viagem, cheio de programações e roteiros, mas pode ser uma tarde de qualidade, com atenção voltada 100% nela, um passeio ao parque, tomando um sorvete, coisas simples, mas que será memória dela momentos afetivos”, completa.

Se o presente físico for a melhor opção
Caso a família queira presentear a criança com um brinquedo, é importante levar em consideração alguns pontos. “É necessário avaliar se a criança tem idade suficiente para entender o brinquedo, se será atrativo para ela. Se dá um brinquedo muito além do que a criança tem entendimento para brincar, ela não vai se interessar por ele, o mesmo acontece ao inverso”, indica.

Entre os citados pela psicóloga, os mais indicados são os que levam a criança a pensar, que desenvolve atenção, como jogo da memória, quebra-cabeça, cubo mágico, do que brinquedos prontos, que não a fazem pensar ou planejar. Brinquedos eletrônicos também não são indicados – como celular, videogamaes etc – e quando dados necessitam de supervisão e rotina com horários definidos para uso.

Solidariedade desde a infância
A doação é um ato que torna as pessoas mais humanas, fazendo-as enxergar além da própria realidade. “Doação de brinquedos e objetos que não usamos mais em casa é muito importante, mas a criança só fará se ela ver o adulto fazer o mesmo. Não é simplesmente tirar porque o armário ou a caixa de brinquedos está cheia, mas há uma reflexão por trás disso. Mostrar que está chegando o Dia das Crianças, Natal e muitas não ganham presentes nessa época, e esse é o momento de fazer essas que precisam felizes. Isso vai levar ela a pensar o porque está guardando tantos brinquedos, que muitas vezes estão esquecidos”, aconselha.

Ainda, diz que deve ser trabalhado mostrando que o brinquedo deve estar em bom estado, enfatizando a empatia. É importante que ele também reconheça outra realidade, portanto, participe dessa doação. Também não é aconselhado fazer isso escondido, sem a criança perceber, por exemplo.

“As crianças estão desenvolvendo sua personalidade, então as experiências que elas vivem, o ambiente que ela está inserida, irá interferir diretamente na vida dela. Então se hoje ela tem acesso a tudo o que quer, no futuro, quando precisar lidar com situações em que o acesso ao que ela quer, ficará frustrada e não saberá administrar a situação. Quando enfatizamos o compartilhamento, estamos mostrando para as crianças que ninguém é autossuficiente, que precisamos ajudar nosso próximo. Se ela não compartilha nada quando criança, será que ela vai compartilhar quando for adulta?”, finaliza.