Embora o uso destes materiais seja proibido há algum tempo, existe a insistência de algumas pessoas, que oferecem riscos a elas mesmas e a outros
Há pouco mais de dois anos foi aprovada pela Assembleia Legislativa do Paraná e sancionada pelo governador Ratinho Junior a lei que proíbe a posse, o uso, a fabricação, a comercialização e o transporte de linhas cortantes, popularmente conhecidos como cerol e linha chilena, bem como de qualquer outro produto que atribua efeito cortante aos fios utilizados na prática de empinar pipa em todo o estado.
Entretanto, embora a Lei nº 20.264/2020 já esteja há tanto tempo em vigor, a prática continua frequente em vários bairros e parques campo-larguenses. “Existem chamados propriamente para estes casos, mas há situações que nós vamos atender alguma perturbação do sossego e nos deparamos com crianças e adolescentes fazendo uso de cerol e linha chilena. Propriamente casos relacionados ao uso deste material proibido são em volta de 20 neste ano. Agora chamadas de perturbação do sossego são mais de 100, aproximadamente”, comenta o comandante da Guarda Municipal, Marcos Leitão.
Ele explica que o cerol é uma mistura de caco de vidro moído com cola – o que pode oferecer riscos a quem está manuseando também – passado na linha da pipa e a linha chilena é um produto comprado pronto, que é até mais forte que o cerol. “Tanto uma, como a outra, se encaixam no Código Penal e podem provocar acidentes graves, inclusive a morte, principalmente em motociclistas e ciclistas. Quando pegamos alguém portando este tipo de material, ele é apreendido na hora e a contravenção é registrada. A maioria dos casos envolve menores de idade, entre 10 e 14 anos, mas há casos de adultos também”, retrata.
Como grande parte destes casos são registrados envolvendo menores de idade, o comandante é questionado sobre a reação dos pais ao saberem que os filhos estavam portando material perigoso. “Geralmente a reação é de surpresa e dizem que não sabiam. Por isso, ressaltamos a importância dos pais sempre ficarem atentos às atividades que seu filho está envolvido, mantendo ele seguro e também toda a comunidade”, ressalta.
O comandante comenta que já houve casos da linha da pipa conseguir cortar até mesmo o retrovisor da motocicleta, que é feito de plástico grosso.
Cuidado, motociclistas!
Um método eficaz para se proteger é o uso de corta fio nas motocicletas. “É relativamente barato para instalar e é um excelente meio de prevenir acidentes com este tipo de material cortante. Porém, esse acessório deve passar a altura do rosto”, explica.
Também aconselha para que estejam atentos ao céu, se houver pipas, o cuidado e a atenção devem ser redobrados.
Cocel orienta
A Cocel alerta que soltar pipas em locais próximos à rede de distribuição de energia pode causar acidentes, danos à rede e interrupção no fornecimento de energia - mesmo que não seja usado o cerol ou linha chilena.
Em muitos casos, a linha utilizada pode se tornar um condutor de energia e caso venha a encostar na rede de distribuição energizada e causar choques. Quando a linha “enrosca” na rede, pode causar curtos-circuitos e danos à instalação - resultando no desligamento da energia e risco de acidentes.
A Cocel orienta a população a nunca soltar pipas perto da rede e nunca subir em postes ou outros equipamentos com o objetivo de recuperar pipas enroscadas.
A lei
Com a lei, aqueles que forem pegos utilizando, fabricando ou comercializando o produto estarão sujeitos ao pagamento de uma multa que varia de 10 a 20 Unidades de Padrão Fiscal do Paraná (UPF). Conforme determina a legislação, caso o infrator seja menor de idade, os responsáveis legais responderão pelo ato praticado.
As denúncias de infração à lei podem ser feitas por meio de canais já existentes no Estado, como o disque-denúncia 181, ou também para a Guarda Municipal pelo 153.