No Brasil o estudo parece não ser atrativo, estimulante e tão pouco desafiador para muitos dos nossos jovens.
No Brasil o estudo parece não ser atrativo, estimulante e tão pouco desafiador para muitos dos nossos jovens. O desinteresse de muitos está relacionado a diversos fatores, como dificuldades econômicas, localização, falta de estrutura das escolas, colégios e faculdades, falta de referência e incentivo dos pais, e principalmente a falta de reconhecimento da sociedade de que o estudo é importante e faz diferença em suas vidas possibilitando ascensão social.
A falta de qualidade da educação brasileira afeta diretamente as classes mais baixas, criando uma lacuna sem precedentes em nossa sociedade. A educação precisa contribuir para a formação de pessoas mais justas, pensantes, questionadoras, por meio da construção de uma base moral, de valores e ética, estimular o senso crítico e o respeito às diferenças, fomentar o diálogo e o consenso, promover o respeito à hierarquia e à disciplina, à responsabilidade etc., tudo isso por meio do conhecimento.
Grande parte dessas características mencionadas estão na pauta de análises dos departamentos de recursos humanos das empresas. O mercado de trabalho é dinâmico e atua conforme as necessidades e demandas. Muitos cursos oferecidos aos nossos estudantes possuem maior ou menor potencial de empregabilidade, fato este que tem gerado prolongadas discussões. Muitos de nossos jovens se formam nas faculdades cheios de sonhos e esperança, de fazer uma carreira de sucesso. Por outro lado, as faculdades brasileiras estão muito longe de fornecer ao mercado profissionais aptos a trabalhar com novas tecnologias, processos, habilidades e técnicas modernas.
É urgente a mudança nas metodologias de ensino e aprendizagem, pois as tecnologias de informação impactaram profundamente a dinâmica do mercado no mundo todo, assim como a inteligência artificial está pedindo cada vez mais espaço. Logo, competências emergentes são necessárias para que um colaborador possa desenvolver seu trabalho e crescer profissionalmente. É preciso ampliar as parcerias com o setor produtivo, estreitar as relações com a prática das empresas, mais oportunidade de pesquisa e inovação nas universidades, isto é, uma proposta mais profissional para os nossos jovens.
O perfil que o mercado de trabalho busca vai além das teorias ensinadas em sala de aula, é preciso capacidade para solucionar conflitos, ser criativo e inovador, e o digital tomou conta das empresas, um caminho sem volta. Cabe à educação brasileira alinhar sua bússola e seguir em frente!
Experiência
Renato da Costa é graduado em Administração, pós-graduado em Administração Estratégica, Mestre e Doutor em Administração, com estágio de Pesquisa e Docência na Universidad Jaume I no Sul da Espanha em 2017, Pós-Doutorando em Gestão Urbana. É membro da ACCUR-Academia de Cultura de Curitiba, membro associado da Academia Paranaense da Poesia, professor há 17 anos, escritor.