Leitores entraram em contato com a Folha de Campo Largo para relatar terem visto tutores de cães de grande porte - que deveriam usar focinheira.
Leitores entraram em contato com a Folha de Campo Largo para relatar terem visto tutores de cães de grande porte - que deveriam usar focinheira - circulando por parques e mesmo em via pública sem o uso da mesma e sentiram-se inseguros com a situação.
A veterinária Adriele Binhara explica que em Campo Largo o uso da focinheira é obrigatório para cães de raças notoriamente violentas e perigosas, os quais só podem ser levados a parques, praças e vias públicas se estiverem utilizando o equipamento de segurança focinheira, conforme determina a Lei Municipal no 1398 de 25 de Junho de 1999.
Em Campo Largo, há recomendação ao uso de focinheiras em “cães de raças notoriamente violentas e perigosas”, sendo entendido pela própria lei como “aquelas cujos antecedentes registram ataques com danos físicos a pessoas; os cães de guarda treinados para ataque, ou aqueles que pelo porte e comportamento colocam em risco a segurança das pessoas”.
“Embora a Lei Municipal não descreva, dispomos do Projeto de Lei Federal no 2140/2011, que apresenta o seguinte rol: Mastin-napolitano; Bull terrier; American stafforshire; Pastor alemão; Rottweiler; Fila; Doberman; Pitbull; Bull dog e Boxer. Ainda, o referido projeto de lei também obriga cães com peso corporal acima dos 25kg a utilizarem focinheira em seus passeios”, pontua a veterinária.
A profissional segue explicando que escolher corretamente a focinheira é fundamental para o cachorro se adaptar e estar disposto a usá-la sem demonstrar estresse ou ansiedade. “No caso de raças que são obrigadas a usar, esta decisão se torna ainda mais importante. A focinheira precisa ser de qualidade, segura e resistente, adequada para o seu pet e feita com bons materiais. Se o tutor se ater a estes detalhes, a focinheira irá cumprir sua função adequadamente e será duradoura. E lembre-se, em caso de dúvidas, consulte um vendedor confiável para te ajudar na escolha. Ainda que se exija a utilização de equipamento de segurança como esse, o que pode parecer incômodo ao animal, no passeio só trará benefícios”, diz.
Ela comenta ainda que o material que costuma ser utilizado para as focinheiras é bem variado e vai de plástico, tecido, nylon, metal e couro, dentre outros. “Para a escolha devem ser observados fatores como tamanho do focinho, da pelagem, e ser levado em conta se a focinheira irá atingir a região dos olhos, fato que poderá acarretar em danos sérios à visão do animal”, completa.
Dra. Adriele destaca que apesar de serem maioria, não são somente os animais de médio e grande porte que podem trazer risco em passeios. “Existem diversos fatores que podem tornar um cão, ainda que de pequeno porte, mais agressivo. Os mais comuns são o estresse, falta de interação com outros cães e até mesmo o fato de permanecerem a maior parte do dia trancados e sozinhos em casa. Neste caso, ainda que sejam de pequeno porte, as mesmas orientações acima devem ser seguidas”, enfatiza.
Outros cuidados no passeio
Um dos pontos abordados pela veterinária é quanto às coleiras. “Existem vários tipos e modelos, desde coleiras a serem utilizadas no pescoço até coleiras peitorais. A de mais fácil uso e que dificilmente trará malefícios ao pet é a guia com peitoral. No que diz respeito aos conhecidos enforcadores, até podem ser adotados, porém devem sempre ser utilizados com bastante pudor por parte do tutor, evitando paradas e trancos bruscos, que além de enforcar, podem causar sérios danos a traqueia do animal”, alerta.
Os felinos também têm coleiras, que podem ser usadas inclusive para passeios. A médica veterinária comenta que há tanto coleiras para pescoço, que costumam ser mais utilizadas esteticamente, quanto as coleiras peitorais, que são as recomendadas para os passeios. Dra. Adriele relembra que gatos costumam ser menos sociais, assim recomenda o uso de coleira em eventuais passeios aos felinos também.
Ao sair com os animais durante o verão, ela lembra que os tutores devem ficar atentos à hidratação e recomenda que seja adotado o período do início da manhã e do final da tarde, quando o calor do sol é menos intenso. Levar sempre água para o passeio é a dica de ouro da médica.
“Outro cuidado muito importante para passeios é que a vacinação esteja em dia, visando evitar que seu pet contraia doenças. Existem vacinas múltiplas e específicas, ao exemplo da V-10, Giardia, Gripe e Raiva. Procure um veterinário para maiores informações. Quanto aos gatos, assim como os cachorros, na hora do passeio também é importante manter o controle ectoparasitário em dia, para mantê-los afastados de pulgas e carrapatos, que são bem mais comuns no verão”, orienta.
Outra dica importante é que leve sempre saquinhos plásticos para destinar as fezes dos pets diretamente na lixeira.
Cumprindo as orientações para garantir a saúde do pet e segurança, o passeio só trará benefícios aos animais. “O passeio ajuda a gastar energia, controlar o peso corporal, estimula o instinto animal, reduz e controla o estresse e a ansiedade, colabora com a socialização do seu pet, tanto com outros animais quanto com outras pessoas. Além disso, passando mais tempo com seu cãozinho ou gato, a tendência é que o amor entre tutor e animal aumente”, finaliza.