Há duas semanas, a Folha noticiou, conforme repassado pela Secretaria de Educação do Estado do Paraná, que cinco colégios estaduais haviam retornado às aulas presenciais no município, mantendo os devi
Há duas semanas, a Folha noticiou, conforme repassado pela Secretaria de Educação do Estado do Paraná, que cinco colégios estaduais haviam retornado às aulas presenciais no município, mantendo os devidos cuidados. Uma das instituições que retornou foi o Colégio Estadual Sagrada Família, este para a turma do curso Técnico em Enfermagem.
A Folha de Campo Largo foi até a instituição para conversar com a direção, coordenação do curso e com alunos, a fim de verificar como está sendo este retorno após mais de um ano e três meses sem aulas presenciais. Atualmente com duas turmas, uma de primeiro semestre e outra de terceiro semestre, que estão fazendo aulas teóricas e mais duas turmas que já poderiam estar formadas, se não fosse o atraso para a conclusão de aulas em laboratório e estágios que precisam ser presenciais.
Na instituição, as turmas que estão no modelo híbrido são divididas em dois ou três grupos para comparecerem ao prédio e lá subdividem estes grupos novamente, para evitar aglomerações na sala de aula e no laboratório, limitando entre seis e oito alunos em cada ambiente. O Cesf mantém todos os protocolos de distanciamento, higienização das mãos e verificação de temperatura na chegada dos alunos.
Cleverson Ferreira, enfermeiro, professor e coordenador de estágio do Curso, comenta que a intenção é que após as férias de julho iniciem os estágios. “No começo foi difícil para os alunos, alguns não tinham acesso à plataforma das aulas online, mas agora já estão mais habituados a essa mudança. Porém, eles ainda cobram esse retorno ao presencial, por perceberem que é muito melhor o aprendizado em sala de aula. Nós estamos com o calendário atrasado em um ano por conta da pandemia, e os alunos são profissionais que poderiam estar atuando e ajudando a comunidade hoje.”
Maria Eduarda Torres está no último semestre do curso e comenta que sempre sonhou com a carreira na área da Enfermagem e conta que está ansiosa para os estágios e para a formatura. “Quando chegou a pandemia eu estava no último semestre do curso, que é o mais puxado e o mais esperado. Tive somente aulas online, as práticas ficaram suspensas durante todo o período. Foi muito complicado conseguir me adaptar, porque o sistema era novo, método novo e eu estava em casa, é diferente de estar em sala de aula. Senti que precisei me dedicar ainda mais para entender. Nossa formatura depende dos estágios, que ainda estarão sendo definidos, mas deve acontecer até o final do ano.”
Período desafiador
A diretora geral da instituição, Irmã Lucia Staron, explicou que o Cesf já estava se preparando para o retorno desde setembro de 2020, quando foi preparado o protocolo de biossegurança. “É claro que a instituição é muito grande, com muitos alunos, mas esse retorno agora, com o Técnico em Enfermagem, foi bastante tranquilo, porque estamos lidando com adultos, e vários deles já conseguiram a vacina por já trabalharem em setores de hospitais. Porém, percebo que se fosse no ensino regular, especialmente com pré-adolescentes e jovens, o retorno será muito difícil, pela questão do distanciamento. Tanto que nas primeiras aulas eu sempre ficava lembrando e chamando atenção para os protocolos, mesmo com os adultos.”
O fato de precisar administrar o retorno de uma instituição com duas escolas, com várias faixas etárias e com mais de 2.500 alunos, além dos colaboradores, então o escalonamento exigirá uma organização bastante grande. “Ver o colégio vazio nos dá justamente a sensação de vazio. Que não estamos cumprindo a devida missão da Educação, da proximidade, do cuidado, do olhar, pois ver os alunos pelas mídias não é a mesma coisa. Nós temos bons números de alunos que participam, que dão bons resultados, mas temos em contrapartida uma minoria que não participa, que não devolve atividades e que nos preocupa”, completa.
Entrentanto, Irmã Lucia comenta que além da vacinação dos profissionais da Educação, que já está acontecendo na cidade, para retornar o híbrido ou presencial também depende do transporte escolar e transporte público, uma estrutura que ainda não se sabe ao certo como será. “O governo já tem elaborado alguns calendários de retorno, mas depende muito da realidade da cidade e de cada insituição. Aqui está bem complicado, pois a participação ainda é baixa justamente porque os estudantes dependem do transporte e como ele não está sendo oferecido”, diz.
“Gostaria de falar para os jovens que fiquem em casa, pois quando vejo reportagens de festas e aglomerações isso me causa muita tristeza, pois poderíamos estar muito melhor se todos nós fossemos mais responsáveis. Vamos nos cuidar, pois a vida é um dom de Deus, mas é nossa responsabilidade preservá-la”, finaliza.