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Campo-larguense que sobreviveu a três cânceres fala da importância do diagnóstico precoce

Desde 1997, ainda nos Estados Unidos, o mês de Outubro começou a receber a cor rosa para a conscientização das mulheres para fomentar ações de prevenção ao câncer de mama.

Campo-larguense que sobreviveu a três cânceres fala da importância do diagnóstico precoce

Desde 1997, ainda nos Estados Unidos, o mês de Outubro começou a receber a cor rosa para a conscientização das mulheres para fomentar ações de prevenção ao câncer de mama. A campanha se espalhou por todo o mundo e chegou no Brasil, sendo esse um movimento que une o poder público, profissionais da saúde e comunidade sobre a importância do diagnóstico precoce do câncer de mama, que pode fazer toda a diferença no tratamento e recuperação da mulher.

Outubro Rosa é mês de  conscientização, de alerta sobre a prevenção e luta contra o câncer de mama. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca) estão previstos 66 mil casos novos neste ano.

Dona Carolina Stoco Danescki tem 63 anos e é moradora da Colônia Balbino Cunha, onde vive com suas filhas e marido. Trabalha desde cedo para ajudar os pais e é filha única. Sempre teve boa saúde, mas há 11 anos recebeu o diagnóstico de um Melanoma Nodular Maligno, um tipo de câncer de pele. “Eu tinha uma mancha no braço e ela começou a ficar diferente. Eu já procurei o médico e em um mês fui operada duas vezes para a retirada do câncer. Não precisei fazer tratamento de quimioterapia, mas acompanhei por cinco anos. Eu diagnostiquei ele bem no início, no in situ, como os médicos explicaram, e isso foi essencial para eu conseguir me recuperar rápido.”.

De acordo com o Instituto do Câncer (Inca), no Brasil somente em 2020 há uma estimativa de 8.450 novos casos desse câncer diagnosticado em Carolina, sendo 4.200 casos em homens e 4.250 em mulheres. De acordo ainda com o Inca, o câncer de pele é o mais frequente no Brasil e corresponde a cerca de 30% de todos os tumores malignos registrados no país, o melanoma, tipo de câncer diagnosticado em Dona Carolina, representa apenas 3% das neoplasias malignas do órgão. É o tipo mais grave, devido à sua alta possibilidade de provocar metástase (disseminação do câncer para outros órgãos).

Em março deste ano, no meio da pandemia, quando ninguém entendia o que estava acontecendo, Dona Carolina e sua família receberam a notícia que um câncer raro havia aparecido no seio esquerdo dela. “Era doença de Paget, um câncer raro, associado a um carcinoma de alto grau. Quando eu recebi a notícia dessa vez me abalou muito, eu fiquei bem mais triste e bem mais preocupada, pensei que seria a minha hora. Me desanimou. Mas, o que me motivou a lutar foram as minhas orações e as orações dos meus amigos, que mesmo longe, por causa da pandemia, estavam presentes na minha vida, sempre mandando mensagem e perguntando como eu estava, se precisava de alguma coisa e dizendo que estavam orando por mim. Eu faço minhas orações o dia todo, confio muito em Deus e em Nossa Senhora Aparecida, que me encaminharam para uma equipe excelente de médicos, em um hospital com tratamento necessário para a minha recuperação. Tudo isso foi essencial para eu estar tão bem como estou hoje. Parece que eu acordei de um pesadelo”, relembra.
De acordo com o site Oncoguia, a doença de Paget é um tipo raro de câncer de mama que envolve a pele do mamilo e aréola, que geralmente afeta um dos lados, estado associado a um carcinoma ductal in situ ou ao carcinoma ductal invasivo. Entre os sintomas estão a irritação local, descamação, prurido e vermelhidão. Algumas mulheres podem apresentar queimação, coceira ou a inversão do mamilo. Em caso de suspeita, o médico pode pedir uma biópsia para a confirmação da doença.

O tratamento consistiu na ressecção do tumor, que incluiu a retirada do quadrante da mama, juntamente com a reconstituição, além de sessões de radioterapia em 3D. Ela conta que precisou realizar biópsias nos linfonodos axilares, para garantir que a doença não estava disseminada, e o resultado foi negativo, o que resultou em um prognóstico excelente.

“A superação vem a cada dia, pois quando a gente recebe um diagnóstico de câncer a vida muda. Eu passei por retirada da mama, tenho cicatrizes, limitações dos movimentos, algumas inseguranças, além da ausência de um dos seios que provoca dor, mas o maior impacto é retratado e refletido no espelho, da autoestima, são os rastros deixados. Com certeza a minha vida é o maior bem, eu ainda estou em tratamento e vou continuar por mais cinco anos, para acompanhamento e garantir que a doença não volte. Fica um alerta para mulheres, que busque ajuda ao primeiro sinal de que alguma coisa está diferente com seu corpo, e não deixe de fazer o autoexame periodicamente, a grande diferença que um diagnóstico precoce pode causar”, finaliza.