Neste sábado, 19, acontece a campanha de vacinação contra o sarampo para imunizar
crianças de 06 meses até 4 anos, 11 meses e 29 dias que ainda não tomaram a vacina
Os casos recentes de sarampo, uma doença que havia sido considerada erradicada no Brasil em 2016, tem levantado a necessidade de conscientizar a população para a necessidade da vacina. Campo Largo possui três casos confirmados de sarampo, sendo dois deles em jovens adultos – idades entre 20 e 25 anos – e uma criança de 02 anos. No início de setembro foi confirmado o primeiro caso, no bairro Cercadinho, no final de setembro no Vila Glória e início de outubro na Ferraria. Estão sob suspeita outros 16 casos, mas vários outros já foram excluídos. Em Curitiba, em boletim emitido pela Prefeitura da capital no último dia 10, foram registrados 80 casos confirmados de sarampo neste ano – sendo 35 deles recentemente.
A Folha de Campo Largo conversou com a médica auditora do Município, Dra. Andressa Cunha, que explicou em mais detalhes sobre os casos suspeitos. “As pessoas com casos suspeitos tiveram febre, exantema (erupção cutânea), coriza, tosse ou conjuntivite, que são sintomas, mas grande parte já foi excluída. Algumas tinham tido contato com alguém contaminado, mas outras eram outras manifestações, inclusive alergia. Nós fazemos exame de sorologia após o quinto dia do exantema. Se fizer muito no início da manifestação, tem que repetir, pois pode dar um falso positivo.
“A Vigilância Epidemiológica está muito bem orientada e estruturada para atender estes casos, possuem um plano de ação em casos suspeitos. Para cada caso eles têm até 72 horas para realizar um bloqueio dos contatos, quando é feita uma investigação de seis dias antes e seis dias após a doença ver com quem tiveram contato, para verificar se há algum caso suspeito dentro do conjunto de sintomas. Em caso confirmado, nós pegamos a família da pessoa e faz bloqueio dentro do mesmo prazo, por meio da vacinação. A Vigilância então olha o esquema vacinal da pessoa e, se não tomou a vacina – que é feita em duas doses, a realiza”, explica a médica.
Ela diz ainda que essa é uma doença infecciosa aguda, transmitida por aerossol – gotículas, causada pelo vírus Measles morbillivirus, que pode sofrer mutações, com período de encubação de até 18 dias e a gravidade é bastante variável. “A pessoa fica com exantema – manchas avermelhadas pela pele, partindo da cabeça ao longo do corpo – tem sintomas catarrais, febre, mal-estar, confunde com outras doenças. Nós temos um leque muito grande de doenças que precisamos pensar antes de fechar o diagnóstico, como rubéola, escarlatina, varicela, mononucleose, síndrome mão-pé-boca e as febres hemorrágicas, como dengue, febre amarela e chicungunha”, completa.
A vacinação é seletiva, somente feita em casos onde o esquema vacinal está incompleto. A médica explica ainda que se a pessoa tomou as duas doses da vacina, não é necessário tomar outra vez. “A Vigilância Epidemiológica realiza atendimento em horário comercial, de segunda a sexta-feira, mas com comunicação da Coordenação de Saúde, também atende em horários especiais, como finais de semana e feriados, para resolver situações pontuais”, diz
Os sintomas do sarampo incluem febre acima de 38,5ºC, tosse, coriza ou conjuntivite. Durante o exame físico, a equipe médica pode encontrar manchas brancas na mucosa oral, chamadas de Manchas de Koplik, que são características do sarampo. Depois vem o exantema, que pode durar até 10 dias, começando na cabeça e pelo restante do corpo e a escamação – nos casos em Campo Largo não aconteceram as escamações. Uma pessoa diagnosticada com o sarampo deve ficar sete dias afastada das suas atividades diárias.
“É uma doença viral, vamos dar todo o suporte para a pessoa, feitos remédios para os sintomas, manteremos ela bem hidratada, algumas vezes podemos realizar uma dose de vitamina A, tudo feito pelo médico do Município, que irá levar em conta também todo o histórico clínico do paciente. A grande questão do sarampo é ficar atento às complicações da doença, a mais comum é meningite e pneumonia, pois a pessoa deprime o sistema imunológico dela”, explica.
Os casos suspeitos devem usar máscara para evitar a contaminação de outras pessoas e toda a população deve manter sempre boas condutas de higiene, como a ventilação do ambiente, lavar com frequência as mãos, ao tossir ou espirrar proteger com o braço para evitar uma maior contaminação do ambiente e usar álcool em gel, além de manter o esquema vacinal em dia.
Campanha de vacinação
A campanha de imunização para crianças entre 06 meses até 04 anos, 11 meses e 29 dias foi iniciada no último dia 07 de outubro e o Dia D acontece neste sábado (19). A campanha se estende até o dia 25 para essa faixa etária. As carteirinhas serão analisadas, se for necessário será aplicada a vacinação, se a criança já estiver imune, ela não receberá mais uma dose.
Entre o período do dia 18 a 30 de novembro, a imunização será para adultos jovens não vacinados, com idade entre 20 e 29 anos, sendo o Dia D no dia 30 de novembro. Também será aplicado conforme a necessidade, passando por análise a carteirinha de vacinação.
Febres hemorrágicas
Embora exista a necessidade de prevenir durante todo o ano, é na Primavera e no Verão que os casos de febres hemorrágicas – dengue, febre amarela, zika e chicungunha – se manifestam com maior intensidade. Por isso, a médica alerta a necessidade de uma consciência ecológica, já que esses vírus são transmitidos pelo mosquito Aedes aegypti. “É importante verificar se na sua residência não há recipientes com água parada, se a caixa d’água está bem fechada, se não há lixo e também conversar com os vizinhos para que eles adotem essa medida também. Para se prevenir pode recorrer aos repelentes específicos, como que tenham na composição o IR3535, DEET e a Icaridina, sempre verificando se é possível usar em crianças, gestantes e lactantes com o médico ou nas instruções do fabricante.