O abandono de animais é um tema recorrente e bastante triste. Diariamente, ONGS trabalham para resgatá-los e tratá-los para deixar todos prontos para uma nova vida, entretanto, isso na maioria das vezes não acontece.
O abandono de animais é um tema recorrente e bastante triste. Diariamente, ONGS trabalham para resgatá-los e tratá-los para deixar todos prontos para uma nova vida, entretanto, isso na maioria das vezes não acontece. Hoje, somente sob responsabilidade da SOS 4 Patas, são mais de 60 cães esperando um lar, alguns em hotel próprio para animais e outros em lares adotivos temporários. Os animais já estão vacinados e castrados, porém, a adoção ainda é difícil.
“Nós fizemos um cálculo de quantos animais resgatamos nos últimos três meses e chegamos a 115, mais de um por dia. Grande parte desses animais abandonados são adultos, chegando a 60% dos resgates, e os outros 40%, que também é uma taxa alta, são filhotes. Nós resgatamos, levamos para consulta veterinária, vacinamos, fazemos um tempo de adaptação e ele vai para o hotel ou para um lar temporário, pois não temos um local próprio. Às vezes resgatamos animais que precisam passar por tratamento cirúrgico”, relata Mariane Mazzon, fundadora e diretora da SOS 4 Patas Campo Largo. “Entramos agora em uma época de reta final para o ano acabar, logo vem as festas e as viagens, quando a adoção cai muito e o abandono sobe, e isso é preocupante”, completa.
Segundo ela, os animais adultos que vão para o hotel, na maioria das vezes, acabam ficando lá até morrerem, dificilmente são adotados. Para aumentar a adesão à adoção de filhotes, a estratégia agora é já realizar a castração pediátrica, paga pela própria instituição, mas ainda assim é complicado. Essa castração pediátrica é realizada somente em Curitiba, onde eles conseguiram negociar um valor, com o custo de R$ 80 por filhote que pese entre 02 e 04kg.
Além deste procedimento, a SOS também precisa custear o lar para esses animais, que se ficam no hotel chega a R$ 230 por mês – incluso ração e a estadia. “Todo animal que entra no hotel precisa estar vacinado e ter tratamento antipulgas, o que dá um valor bem alto. Além disso, nós ajudamos as pessoas que se disponibilizam a um lar temporário com ração, mas ainda temos que pagar por atendimentos, que muitas vezes não podem ser realizados na Protetora, táxi-dog, consultas, procedimentos, vacinas, tudo tem um custo alto. Não recebemos ajuda, somos um grupo de voluntários, não uma ONG com CNPJ. O pessoal trabalha muito para arrecadar verba em eventos, rifas e bazares. Também temos alguns doadores de ração. Só não conseguimos resgatar mais animais por conta do alto custo mensal que já temos com esse abrigo, mas gostaríamos de fazer muito mais”, conta.
Aqueles que puderem contribuir com a SOS 4 Patas pode doar mensalmente ração, brindes para festivais de prêmios e rifas, doações para bazares ou atuar junto aos voluntários. As doações para eventos podem ser feitas na Solumedi, Clínica Veterinária Campo Largo ou combinar diretamente via Whatsapp. O contato direto é pelo telefone (41) 98777-1328.
Denúncias e adoção consciente
Todos os dias os voluntários recebem denúncias de maus tratos aos animais, porém eles não conseguem fiscalizar todos. Hoje também contam com ajuda de voluntários da Voz dos Animais Campo Largo, mas é a SOS 4 Patas e a Sociedade Protetora dos Animais que faz a retirada. Mariane aconselha também a registrar denúncias via telefone do 156, da Prefeitura de Campo Largo, que também irá fiscalizar, mas não vão retirar.
“Tem caso que só a orientação resolve, em outros precisa retirar o animal. Quem maltrata pode ser multado e notificado por órgãos responsáveis. Contamos com a ajuda da Guarda Municipal quando é necessário retirar o animal, além do proprietário ser processado. Quando não é preciso a retirada é feita uma notificação ou uma advertência”, explica.
Ela enfatiza a necessidade das pessoas praticarem a adoção consciente, quando há consciência de que é preciso ter um espaço adequado para a criação do animal, paciência para cuidar dele e entender que o animal é como criança que exige atenção; é preciso ter também uma condição financeira favorável, pois eles também ficam doente e precisam passar por consultas periódicas, além de ter que gostar muito de animais, ter amor por eles”, enfatiza.
Os voluntários podem ainda dar palestras para escolas sobre adoção consciente, basta entrar em contato com eles.
Cães perdidos
Com certa frequência, a Folha de Campo Largo recebe pedidos de publicação para animais perdidos. Na semana em que a cidade sofreu com as chuvas, o número praticamente dobrou. Mariane explica que quando perdido, é possível perceber que o cachorro fica apavorado, atravessa na frente dos carros. Alguns estão limpos, castrados, usam coleira e algumas vezes microchip. “O cachorro perdido pode andar muito e às vezes é encontrado do outro lado da cidade ou pode estar bem pertinho. Quando ver um cachorro bem cuidado, perdido e que seja manso, o recolha ou segure, tire uma foto e envie para nós. Fique com o animal até algum voluntário chegar, porque acontece muito de receber informação sobre um animal encontrado e quando chega no endereço ele já não está mais lá”, orienta.
Quando acontecem temporais com raio, chuva forte, fogos de artifício é importante deixá-lo fechado em um local onde não tenha barulho, tentar abafar o som com algodão no ouvido, calmo, em um ambiente sem vidros e não deixar ele amarrado. Se possível permaneça com ele.
Em casos que o animal é bravo ou está avançando nas pessoas não se deve mexer com ele, e deve buscar ajuda de uma das instituições, que conta com médicos veterinários para sedação e então recolhê-los.