O Projeto de Lei 102/2019, de autoria do vereador Marcio Angelo Beraldo, causou uma grande repercussão na cidade e em meios de comunicação a nível estadual. O objetivo era reconhecer, na cidade, como esporte e lazer a prática do estilingue de dedeira, forquilha, bodoque e boleadeira. De um lado, críticas em que questionaram se “não havia nada mais importante para se discutir”, de outro lado, um grupo de pessoas que participa de campeonatos de prática de estilingue e buscam maior visibilidade.
A Associação Meninos do Bodoque Cultural foi fundada em Campo Largo em julho de 2019 e tem como presidente Eli Alves Soares e vice-presidente Julio Cesar Cardoso Machado. Segundo estatuto da Associação, não tem fins econômicos, é de caráter filantrópico, assistencial, recreativo e educacional, com a finalidade de difundir e fomentar a prática do estilingue e outras modalidades esportivas, amadoras e a nível profissional.
Eli conta que há dois anos participa de campeonatos, mas desde criança brinca com estilingue. “O objetivo é trazer essa cultura para a juventude de hoje. Tirar a criança da frente do computador e celular e estimular esse tipo de brincadeira”, comenta. Integrantes do grupo de Campo Largo já participaram de campeonatos em Araucária, Colombo, Quatro Barras, Dois Vizinhos e em municípios de Santa Catarina. Em Campo Largo, no último campeonato realizado no Pesque & Pague Tomazina, conseguiram um número bastante expressivo de competidores. Foram 260 competidores, reunindo pessoas de outras cidades, mas cerca de 430 inscrições, já que uma pessoa pode participar mais de uma vez. A prova consiste em acertar latas a 10 metros de distância. No próximo dia 29 de setembro farão um campeonato em que a distância ao alvo será de 9 metros.

O objetivo não é de maltratar os animais, como ele explica, mas sim reunir famílias, também ajudar a comunidade com o dinheiro arrecadado com o campeonato. O filho dele, Gustavo Fernandes Soares, com apenas 11 anos já foi campeão quatro vezes. Em Campo Largo, o grupo é formado por cerca de 30 pessoas. Eli lamenta os comentários negativos e afirma que deve ser algo político pela polêmica gerada. “É livre para cada um dar opinião, mas as pessoas, antes de criticarem, peço para pesquisarem antes. Sobre ser arma, até uma caneta ou um garfo é se a pessoa estiver mal intencionada, depende da intenção da pessoa”, declara.

A Confederação Brasileira de Estilingue até mesmo já atua para começar a inserir essa prática como modalidade esportiva no espaço escolar. Há brasileiro que chegou a participar de Campeonato Mundial de Estilingue na Espanha, onde essa prática esportiva acontece há 22 anos. Duas cidades no Brasil já reconheceram como Lei, Campo Largo seria a terceira - a primeira foi Chapada dos Guimarães/MT e a segunda foi Marialva/PR. Devido à polêmica, o projeto foi retirado de pauta da sessão da Câmara Municipal de Campo Largo.