A equipe de ginástica rítmica do Brasil ganhou a primeira medalha de ouro nos jogos Pan-Americanos de Lima, no Peru, nesta segunda-feira (05). Juntas, as ginastas superaram equipes do México e Cuba. A curitibana Bárbara Domingos, que conquistou a medalha de prata na apresentação com fitas, usou no Pan quatro collants confeccionados pela campo-larguense Daniele Luz, que desde o início da carreira da ginasta é quem os produz.
Daniele explica que nesses anos desenhando e produzindo collants evoluiu no uso de tecidos, novas formas de produzir os collants, utilizando também material importado, tecidos que vêm dos Estados Unidos e muitos cristais. Conta que a própria Bárbara ajuda muito com as referências que traz das viagens mundo afora, o que acaba inspirando as novidades, com temas e materiais diferentes.
Cada collant produzido para ela está com cerca de dez mil cristais, colocados com muita perfeição para garantir um efeito surpreendente. Diferencia-se também pelas pinturas feitas à mão. Inspirações como o samba, o filme 50 Tons de Cinza, tribos e animais têm norteado o trabalho. Dani conta que também produziu collant para uma boliviana e tem se especializado ainda mais nesse trabalho, atendendo maior número de ginastas e meninas de nado sincronizado.
O Pan neste ano tem sido importante para o Brasil. Dos 485 atletas brasileiros participando nos jogos, 236 são mulheres, sendo a maior participação feminina da história do País, em comparação aos homens. O País também está com a melhor colocação desde 1963.

Dani Luz
A Folha publicou matéria com a Daniele em 2017, detalhando como iniciou com esse trabalho. Ela, que trabalhava com moda fitness, devido à rotina intensa de treinos com a filha, que também é ginasta, precisou sair do emprego e começou a fazer os collants para vender. Aos poucos, foi produzindo para toda a equipe da filha e sendo uma referência também para outras ginastas.