Domingo às 24 de Novembro de 2024 às 08:51:01
Geral

Decisão do tipo de parto e acompanhante é direito da mulher

Acompanhamento pré-natal é crucial para verificar desenvolvimento da criança, saúde da mãe e definir o tipo de parto
Decisão do tipo de parto e acompanhante é direito da mulher
O parto é um dos momentos mais difíceis e sublimes da vida de uma mulher que deseja ser mãe, por isso ela precisa se sentir confiante e confortável, garantindo saúde e atendimento de qualidade para ela e para o bebê. Em muitos casos, futuras mamães gostam de estudar muito sobre como cuidar e criar a criança após o seu nascimento, também têm cuidado com o que consomem para garantir uma gestação tranquila, porém, a preparação e informação sobre o tipo de parto adequado para ela é imprescindível.
Apesar de aparente demora, este momento chega e, pensando nisso, a Folha de Campo Largo conversou com a médica Carolina Andrade que explicou que a mulher tem o direito de decidir qual tipo de parto ela deseja e ter um acompanhante durante seu trabalho de parto. “Cabe ao médico obstetra a identificação de sinais de alertas durante o trabalho de parto e a partir destes tomar a decisão correta, juntamente com a paciente, sobre qual via de parto será realizado. Ressalto a importância de um pré-natal realizado precocemente e corretamente por profissional capacitado, o médico obstetra, para prevenir e diagnosticar problemas precocemente.”
O pré-natal dá uma grande segurança à mãe e também a toda família envolvida no processo. Também por meio dele é possível prevenir o parto prematuro, com consultas frequentes, exame clínico adequado, exames de imagem e laboratoriais. Uma das principais causas do parto prematuro está ligada a causas inflamatórias e infeccionas, especialmente a infecção urinária. O parto prematuro pode ser comum também em gravidez múltipla (com dois ou mais bebês).
Preparação para o parto
Basicamente existem dois tipos de parto: o parto vaginal ou cesariana. “O parto vaginal pode ser realizado com a mulher em posição de decúbito dorsal (na horizontal ou deitado) ou vertical. A mulher gestante tem o direito de escolher qual via de parto ela deseja, mas em algumas situações o simples querer não é suficiente. Para que ele aconteça é preciso a posição correta da cabeça fetal, peso fetal, diâmetro da bacia da parturiente, contrações efetivas. As principais causas de intervenção em um parto vaginal são a necessidade do uso de medicamentos endovenosos para melhora das contrações uterinas, uso de fórceps para retirada do bebê, que se encontra em sofrimento fetal, necessidade de uma cesárea de emergência por risco materno ou fetal.”
A médica diz ainda que a preparação para o parto pode ser emocional e física. Na preparação física existem técnicas de melhora da musculatura do assoalho pélvico, realizadas por fisioterapeutas especializados, além do pilates, que segundo a médica também tem um bom resultado, indicados para mulheres que desejam ter o parto vaginal.
SUS? Claro que sim
Algumas mulheres temem fazer o pré-natal e o parto no SUS e acabam desembolsando um grande valor para realizar o acompanhamento particular ou pagar um plano de saúde. Os gastos nessa fase são altos, já que é preciso preparar toda uma estrutura para receber a criança.
A médica, que atende na rede pública, explica que o pré-natal realizado pelo SUS em Campo Largo é o recomendado pelo Ministério de Saúde e pela Secretaria do Estado do Paraná. “Ou seja, são incluídos os exames básicos de rastreio laboratorial e de imagem e pelo menos seis consultas de pré-natal durante a gestação , o que é preconizado internacionalmente. Os mesmos exames são realizados no setor privado”, enfatiza.
Segurança da mãe e da criança
Dra. Carolina explica que os partos devem ser realizados dentro de hospitais. “Atualmente as maternidades possuem uma estrutura adequada para que a gestante, que está em trabalho de parto, tenha um acompanhante, o que dá a ela a atenção necessária para este momento tão especial. Partos domiciliares podem evoluir bem, mas em algumas situações pode ocorrer sofrimento fetal (queda dos batimentos fetais podendo levar a óbito), hemorragia uterina. Nesta ocasiões, segundos são cruciais e as gestantes são submetidas a cesariana de emergência”, alerta.
Ela explica, ainda, que durante o parto podem ser transmitidos vetores de doenças graves, tais como vírus HPV nas mulheres que tiverem lesões ativas em canal de parto e pacientes portadoras de HIV com carga viral detectável. “Em algumas situações podem ser feitos medicamentos durante este período ou realização de uma cesárea para diminuição no risco da transmissão”, diz.
professora de História Patrícia Novak tem uma história de um parto um tanto diferente, ela deu à luz em parto normal de cócoras, aos 19 anos. “Foi bem diferente do que muitas pessoas estão acostumadas, até porque faz algum tempo vivíamos outro momento, principalmente com uma certa influência do movimento hippie e com ideologias mais alternativas. Entre elas, veio o método parto de cócoras, muito utilizado pelas índias. Em Curitiba tinha uma clínica que fazia, que era do Dr. Moisés Paciornik, que estudava muito sobre o método e o defendeu durante toda a sua carreira. Eu me consultei com ele duas vezes, mas ele não realizou o parto, eu fui acompanhada pela sua equipe.”
O médico explicou todo o procedimento e treinamento que deveria ser feito, que aquele era um método mais natural e mais fácil de ter o bebê. “Eu fazia em casa os exercícios, indicou alimentação mais natural, entre outras orientações. O fato de eu ser jovem facilitou o parto, que foi muito rápido e eu não sofri nada – senti dores, mas foi algo bem suportável – lembro que eu entrei em uma sala toda azul, com uma cadeira no centro, para se apoiar e ficar na posição, e embaixo uma bacia. Desde o momento que eu cheguei na clínica até a hora que ela nasceu, passou pouco mais de duas horas, foi muito rápido. Assim que ela nasceu, eles embrulharam ela em um cueiro e me deram no colo, voltei andando para o quarto e tive alta no dia seguinte”, relembra.
Porém, uma das irmãs de Patrícia também tentou o método e teve complicações, que foram revertidas por ela estar em um ambiente equipado. Por isso, é importante o acompanhamento médico para a verificação das possibilidades da realização desses métodos, bem como se o hospital oferece a estrutura necessária para que ela aconteça.
Um parto diferente
A professora de História Patrícia Novak tem uma história de um parto um tanto diferente, ela deu à luz em parto normal de cócoras, aos 19 anos. “Foi bem diferente do que muitas pessoas estão acostumadas, até porque faz algum tempo vivíamos outro momento, principalmente com uma certa influência do movimento hippie e com ideologias mais alternativas. Entre elas, veio o método parto de cócoras, muito utilizado pelas índias. Em Curitiba tinha uma clínica que fazia, que era do Dr. Moisés Paciornik, que estudava muito sobre o método e o defendeu durante toda a sua carreira. Eu me consultei com ele duas vezes, mas ele não realizou o parto, eu fui acompanhada pela sua equipe.”
O médico explicou todo o procedimento e treinamento que deveria ser feito, que aquele era um método mais natural e mais fácil de ter o bebê. “Eu fazia em casa os exercícios, indicou alimentação mais natural, entre outras orientações. O fato de eu ser jovem facilitou o parto, que foi muito rápido e eu não sofri nada – senti dores, mas foi algo bem suportável – lembro que eu entrei em uma sala toda azul, com uma cadeira no centro, para se apoiar e ficar na posição, e embaixo uma bacia. Desde o momento que eu cheguei na clínica até a hora que ela nasceu, passou pouco mais de duas horas, foi muito rápido. Assim que ela nasceu, eles embrulharam ela em um cueiro e me deram no colo, voltei andando para o quarto e tive alta no dia seguinte”, relembra.
Porém, uma das irmãs de Patrícia também tentou o método e teve complicações, que foram revertidas por ela estar em um ambiente equipado. Por isso, é importante o acompanhamento médico para a verificação das possibilidades da realização desses métodos, bem como se o hospital oferece a estrutura necessária para que ela aconteça.