Domingo às 24 de Novembro de 2024 às 11:24:42
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Alerta para prevenção e combate a AIDS e o HIV deixam Dezembro Vermelho

Dezembro Vermelho alerta para prevenção e comba­te à Aids e HIV. Médica enfatiza principalmente a importância do uso de preservativo

Alerta para prevenção e combate a AIDS e o HIV deixam Dezembro Vermelho

Dezembro já está chegando ao fim, mas é impor­tante manter a atenção voltada para a prevenção. Seja contra o câncer de pele, que é o Dezembro Laranja, como também contra a AIDS e o HIV, principalmen­te nas épocas de verão e Carnaval, que apresentam relacio­namentos mais passageiros.

A médica especializada em Medicina da Família e dire­tora técnica do município, Dra. Kathyn Pereira, explica que o único método capaz de prevenir com eficácia o vírus HIV é a utilização do preservativo. “Independente se for preserva­tivo masculino ou feminino, esse é o único método de pre­venção, pois os demais, previnem a gravidez não planejada, mas as DSTs continuam sendo transmitidas. Essa preven­ção deve acontecer em todas as idades, desde os mais jo­vens até a terceira idade, pois, apesar da faixa etária com maior recorrência do contágio do HIV ser de 20 a 25 anos, a terceira idade também tem apresentado números alarman­tes de contágio de DSTs, como sífilis e hepatite.”

É importante saber ainda que sempre que suspei­tar que existe a possibilidade do contágio com o vírus, em uma relação sexual desprevenida, por exemplo, é importan­te procurar uma Unidade Básica de Saúde, que oferece tes­tes rápidos, que levam em média 30 minutos para ficarem prontos, oferecidos gratuitamente pelo Ministério da Saúde, tudo feito de forma discreta. Caso o resultado dê positivo, o paciente já é encaminhado para o atendimento médico, que pedirá exames complementares. Quando o resultado dos exames laboratoriais comprovarem que o paciente está com a doença, será realizada uma avaliação com a infecto­logista, para verificar a necessidade do início da medicação, o chamado TARV, que consiste em três remédios diferentes, usado em 90% da população que tem a doença.

“Tudo irá depender da carga viral daquela pessoa. Se ela tiver uma carga viral baixa, em alguns casos é tão baixa que torna-se indetectável, mas o vírus continuará sempre no sangue, não há necessidade do início dos remédios. Isso é muito comum quando a doença é descoberta na fase de latência, que pode durar até 10 anos. Ou seja, a pessoa é contaminada, tem sintomas muito parecidos como de um resfriado muito forte, por até 30 dias. Aquele mal estar passa e ela entra na fase de latência, que pode durar todo esse tempo, pois ela apresenta uma carga viral muito baixa. Depois desse período que ela pode começar a cons­truir uma carga viral alta e necessitará da medicação, é aí que começa a AIDS – antes ela é apenas portadora do ví­rus HIV”, explica.

Com a carga viral alta, sem o uso da medicação, a pessoa contamina­da tem a expectativa de vida de ape­nas mais três anos. “Essa pessoa fica sem defesa no organismo, então qual­quer doença, que seria simples para uma pessoa saudável, torna-se extre­mamente complicada para ela. Se ela ficar doente, essa expectativa de vida cai para apenas um ano e meio. Em contra-partida, aqueles que fazem o acompanhamento, to­mam todos os medicamentos receitados pelo médico e le­vam uma vida saudável, têm a expectativa de vida igual a de uma pessoa que não tem AIDS”, diz.

A Medicina ainda não encontrou cura para a AIDS ou algum remédio que seja capaz de exterminar o vírus HIV, porém, quem é diagnosticado e faz o tratamento pode le­var uma vida normal, podendo inclusive ter filhos. “Mesmo que a pessoa mantenha a carga viral baixa, ela sempre irá transmitir a doença, é importante que isso fique claro. Mas é possível que casais, ambos com o diagnóstico, ou um deles sendo soro negativo, tenham filhos. Para isso é importante ter orientações do infectologista e do ginecologista. Na hora do parto, há manobras para evitar que tenha o contato do sangue da mãe com a criança, independente se o parto for normal ou cesárea. Esse mesmo teste feito nas UBS, são realizados nas mulheres em trabalho de par­to que não fizeram exame pré-natal”, conta.

Além da transmissão via relação sexual ou parto, o HIV pode ser transmitido via contato com sangue – considerado raro pela Medicina -, por transfusões de sangue anteriores a 1992.

Sem vergonha de contar

A médica ressalta a importância da sin­ceridade nos relacionamentos. “Tem muita gente que não conta por vergonha ou medo da rejeição, mas é imprescindível ser since­ro, seja com o parceiro ou com toda a família. Isso fará com que você proteja todos ao seu redor e eles saibam o que fazer para te aju­dar. Lembre-se sempre de se proteger, zelar por sua saúde e, para quem tem filhos, sem­pre alertá-los da necessidade do preservati­vo, que é distribuído gratuitamente na rede pública”, finaliza.