Domingo às 24 de Novembro de 2024 às 11:58:56
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Dezembro Laranja alerta para o tipo de câncer que mais atinge os brasileiros

Médica dermatologista alerta que o câncer de pele pode ser silencioso e causar, inclusive, a morte

 

Dezembro Laranja alerta para o tipo de câncer que mais atinge os brasileiros

Os meses que estabelecem cores chamam mui­ta atenção do grande público. Por meio deles, é possível conscientizar as pessoas de várias doenças e causas que devem ser defendidas para que a sociedade vá em direção a ter mais saúde. Dezembro não é diferente, pois traz consigo o alerta para um dos tipos de câncer que mais atinge os brasileiros: o câncer de pele. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), em 2018 havia estimativa do aparecimento de 165.580 novos casos, sendo 85.170 homens e 80.140 mulheres. Em 2015, o Sistema de Informações de Mortalidade (SIM) apontou que esse câncer levou à morte 1.958 pessoas, sendo 1.137 homens e 821 mulheres.

Entre o tipo de câncer de pele melanoma, o mais complicado da doença já que pode apresentar metásta­se (disseminação de câncer para outros órgãos), a esti­mativa de novos casos no Brasil para este ano eram de 6.260, sendo 2.920 homens e 3.340 mulheres. Em 2015, o SIM havia registrado 1.794 mortes no Brasil, sendo 1.012 homens e 782 mulheres. Embora o câncer de pele represente hoje 30% dos diagnósticos, apenas 3% são melanomas.

A Folha de Campo Largo conversou com a médi­ca dermatologista e cirurgiã dermatológica Gabriela Sei­del, que explicou um pouco sobre a doença: “Esse câncer ocorre por um crescimento anormal e descontrolado das células que compõem a pele. Os tipos mais comuns são os carcinomas basocelulares e espinocelulares e o mais gra­ve é o melanoma. Podem manifestar-se de diversas for­mas, mas entre os sinais mais comuns estão a lesão de aparência elevada, de coloração rósea, avermelhada ou escura, de crescimento lento, porém progressivo; pinta na pele de crescimento progressivo, que apresente coceira, sangramento frequente, ou mudança nas suas caracterís­ticas; ferida que não cicatriza espontaneamente em quatro semanas; qualquer mancha de nascimento que mude de cor, espessura ou tamanho”.

De acordo com a médica, a evolução da doença irá depender do tipo do câncer e estágio de evolução quan­do ele foi descoberto, e que quando descoberto em fases mais avançadas o câncer de pele, especialmente o mela­noma, pode levar à morte.

Ela explica ainda que alguns grupos podem apresen­tar maior propensão a desenvolverem o câncer de pele de todos os tipos, tais como pessoas de pele clara, olhos azuis, cabelos claros ou ruivos, e aqueles que já apresen­tam alguma doença de pele, como por exemplo pessoas com vitiligo, albinismo. Aqueles que usam algumas medi­cações que diminuem a imunidade também podem estar mais propensos a apresentar a doença, assim como quem possui história pessoal ou familiar de melanoma, e deve redobrar o cuidado, alerta a médica.

“Crianças, adolescentes e jovens também podem ma­nifestar a doença. Vale ressaltar que um dos fatores de risco para o desenvolvimento do melanoma - o pior dos cânceres de pele - são as queimaduras que ocorrem na infância. As mesmas medidas de prevenção devem ser adotadas, observando-se que existem protetores solares próprios para uso infantil. Crianças de até seis meses não devem fazer uso de filtro solar, devendo-se nesses casos, evitar a exposição e abusar de chapéus e roupas com fa­tor de proteção”, orienta.

O tratamento desse câncer de pele, segundo a médi­ca, é bastante individualizado e depende do tipo da clas­sificação do câncer, qual estágio ele está e o estado geral do paciente. “A maioria é tratado com retirada cirúrgica e quando se consegue a remoção completa considera-se curado. Entretanto, alguns cânceres de pele podem gerar metástases, e quando essa disseminação é evidenciada às vezes são necessários outros tratamentos e nem sem­pre se consegue a cura. Existem outras abordagens que não cirúrgicas para aquelas formas mais brandas ou para pacientes sem condições clínicas para operar”, conta.

Prevenir é melhor do que remediar

Dra. Gabriela explica que o câncer de pele pode surgir em qualquer lugar do corpo. Há participação de um com­ponente genético que não se consegue mudar. “Então a única maneira de prevenir é não se expondo ao sol e usan­do filtro solar em todas as áreas expostas do corpo. Entre as orientações destacamos a não exposição direta ao sol das 10h às 16h; uso regular de filtro solar com FPS de no mínimo 30, lembrando sempre de reaplicar várias vezes ao dia e o uso de chapéus, bonés, roupas com proteção UV. É super importante saber a quantidade certa de cada aplicação, por exemplo, uma colher de chá para a face. Fil­tros com cor de base acabam protegendo um pouco mais, pois são considerados físicos também”, recomenda.

Aos trabalhadores que precisam ficar por longas horas no sol, a médica recomenda uma atenção especial para os horários de aplicação, procurando ser fiel a eles. “É mui­to importante que cada pessoa conheça sua pele e realize um autoexame periodicamente. Assim pequenas altera­ções de pintas já existentes ou mesmo surgimento de no­vas podem ser prontamente percebidas. Visitas de rotina ao dermatologista devem ser realizadas anualmente ou tão logo se note qualquer alteração”, finaliza.