Segunda-feira às 25 de Novembro de 2024 às 01:22:49
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Missão professor: a arte de ensinar a pensar

Coordenadora do curso de Formação de Docentes, do CESF, fala sobre a forma­ção de professores ofereci­da na instituição na semana do Professor

Missão professor: a arte de ensinar a pensar

No último dia 15 de outubro foi comemorado o Dia do Professor, a profissão que forma todas as ou­tras. A data provém de um fato histórico, quando em 1827, o imperador Dom Pedro I, decretou a Lei Impe­rial responsável pela criação do Ensino Elementar no Bra­sil, e por meio dele, instituiu que todas as cidades deveriam ter escolas de ensino que equivaleriam hoje ao Ensino Fun­damental. No documento ainda estavam escritos sobre o salário e forma de contratação dos professores e a matriz curricular.

O Colégio Estadual Sagrada Família oferta hoje o Cur­so de Formação de Docentes, para alunos que desejam cursar Ensino Médio e Técnico e no futuro trabalhar com a Educação. O curso possui matérias tanto das grades curri­culares do ensino regular, como Biologia, Química, Física, Matemática, entre outros, como também matérias como Or­ganização do Trabalho Pedagógico, Metodologias de Ensi­no das matérias curriculares e Estágios Supervisionados. De acordo com a coordenadora do curso e professora Este­la Cavassin Paes Vaz, com esses ensinamentos é possível formar alunos capacitados para atuarem na Educação In­fantil e no Ensino Fundamental – Anos Iniciais.

“Ser professor é um dom, mas um dom que precisa ser praticado. Você precisa gostar de estudar, manter-se sem­pre atualizado e aberto para conseguir desenvolver poten­cial em várias pessoas diferentes. O ingrediente principal é o amor pela profissão, é ter inspiração para ser um bom pro­fessor”, diz Estela.

Todos os anos, o CESF abre inscrição para as novas turmas do Formação de Docentes, porém, a concorrência é muito alta. Para evitar injustiças, são avaliados o históri­co escolar, renda familiar, o aluno passa por uma prova e uma entrevista, para então serem divulgados os aprovados. Quem não foi aprovado, aguarda na lista de espera por al­guma vaga remanescente ou desistência.

Essa procura acontece principalmente por dois motivos: “um motivo é o gostar de criança. Por causa deles ainda serem muito novinhos quando entram, estão com 14 anos, eles gostam muito de crianças, há uma identificação. Outro motivo é porque se espelham em algum professor que tive­ram contato ao longo da vida”, revela a coordenadora.

Segundo ela, às vezes essas inspirações são de profes­sores que eles tiveram quando ainda eram bem pequenos. “É uma profissão que nós somos constantemente observa­dos, principalmente por crianças pequenas, e que seguem nosso modelo. Nós nunca deixamos de ser professores, mesmo que estejamos bem longe da escola, sem jaleco, de férias. Sempre seremos a ‘profe’, recebemos abraços e ca­rinho de alunos que às vezes são maiores que nós já, mas que sempre demonstram gratidão”, conta.

Essa experiência do reconhecimento já é sentida pe­los alunos durante os estágios supervisionados. Estela diz que durante a prática eles conseguem experimentar o do­mínio da classe, encaram perguntas dos pequenos e pre­cisam exercitar a paciência. “Nos estágios eles aprimoram a solidariedade e aprendem a olhar o outro de forma dife­rente. Experimentam um pouco a ótica do professor, conse­guem enxergar problemas que não veem como alunos. Eles são convidados a pensar de outra forma e a ensinar a pen­sar, algo que o professor, independente da disciplina, está inclinado a fazer”, diz.

Valorização da profissão

Perguntada sobre se ela acredita que a profissão de professor está sendo desvalorizada no Brasil, Estela diz que não. “Acredito no potencial de cada professor para en­sinar e no aprimoramento, que é um processo bem impor­tante. A valorização é sentida quando há comprometimento com o desenvolvimento daquela criança, adolescente, jo­vem, adulto, idoso, quem quer que seja na posição de aluno. A escola sempre foi um espaço aberto para a comunida­de, um ambiente democrático, por isso muitas pessoas aca­bam falando tanta coisa. É preciso confiar no professor, pois nós somos os primeiros a nos opor a uma prática ou ensi­nar algo que vá comprometer o futuro daquele indivíduo”, fi­naliza.

A coordenação diz que o cadastro para quem pretende fazer o Formação de Docentes será aberto em breve.