Segundo psicóloga, essa é a época ideal para realizaratividades diferenciadas com as crianças e adolescentes
Uns já estão em férias há alguns dias, outros vão começá-las nesta segunda-feira (23), mas o fato é que as férias sempre acabam causando um pouco de preocupação nos pais. Como manter os filhos entretidos? Como conciliar o trabalho, quando os pais não conseguem coincidir sua folga com a deles? O fato é que esse é o momento certo para estreitar os laços familiares e ficar mais próximo dos filhos.
O conselho é da psicóloga especialista em Psicologia Clínica e Terapia Cognitivo-Comportamental, Priscila Stocco. “Na Psicologia sabemos que notas baixas nem sempre têm relação com dificuldades de aprendizagem, nível cognitivo ou com problemas comportamentais, mas sim com questões emocionais causadas por diferentes fatores como bullying, ansiedade, stress, entre outros, que, com base numa relação de ‘amizade’ e de escuta, é possível compreender e ajudar.”
De acordo com ela, uma opção é trazer para toda a família o “clima de férias”, procurando promover atividades significativas. “Essa programação terá um significado especial para a criança e promoverá momentos de alegria e proximidade afetiva. É possível combinar atividades do gosto dos filhos ou propor a eles atividades criativas como ‘a noite do pijama’, ‘cinema em casa’, ‘brincadeiras dos anos 80’, ‘festa a fantasia’, sem precisar gastar muito dinheiro para isso. No caso do adolescentes, envolver-se nos interesses deles, mostrando ‘empatia’, é uma opção”, diz.
“Neste período o objetivo dos jogos e das brincadeiras são mais voltados ao lazer, portanto naturalmente há mais liberdade quanto a escolha das atividades. Porém, vale reforçar que brincar ao ar livre e variar as atividades são ótimas alternativas e isso deve ser estimulado, quando o tempo permite que isso aconteça”, completa.
Entretanto, férias não pode ser sinônimo de descontrole. Priscila orienta que devem permanecer as regras já acordadas. Ela ressalta que é importante uma conversa clara e aberta com combinados prévios e temporários para flexibilizar algumas questões específicas como horário do sono e de brincadeiras, mostrando que é durante aquele período e logo voltam às regras normais.
Momento para mudar
e se reorganizar
Esse momento pode ser de reorganização para quem está com dificuldades na escola ou passa por uma fase de tensão, como pré-vestibular, sem deixar de refrescar a mente. Priscila orienta que é importante tentar conciliar o tempo de descanso com um planejamento de rotina de estudos mais funcional e consequentemente facilitar o engajamento no retorno das aulas. “Algumas atividades possíveis são a elaboração de um quadro de tarefas constando uma programação dos estudos, a readequação do ambiente de estudos (estímulos, luminosidade e ergonomia), adequação de materiais necessários e definição de tempo de estudos. Também é possível consultar um (a) profissional da psicopedagogia para receber um suporte especializado”, aconselha.
Para quem enfrentará um vestibular ou Enem no final do ano, a psicóloga diz que praticar exercícios de meditação ou ouvir boas músicas pode trazer benefícios, cientificamente comprovados, para nossa mente, pois “ativam funções cerebrais importantes responsáveis pela diminuição do estresse e da ansiedade e pela estimulação da motivação e de alegria, além de dar um reforço a mais para melhorar a atenção e a concentração”.
Outra questão bastante abordada, são as mudanças muito bruscas, como de cidade, escola, até mesmo casa, nesse período. Alguns pais se perguntam se essa é uma boa época, se é uma boa escolha e como isso pode afetar as crianças ou adolescentes. “Toda mudança gera um stress normal para a adaptação, mas é importante ‘colocar na balança’ quais as consequências de permanecer ou de mudar. Assim fica mais claro sobre o custo benefício da atitude e qual a melhor decisão. Em casos de crianças ou adolescentes que já estão passando por outros fatores estressantes como luto ou separação dos pais, recomendo um suporte terapêutico com psicólogo (a)”, finaliza.