Segunda-feira às 25 de Novembro de 2024 às 03:37:02
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Resíduos especiais têm destinação correta, mas ainda precisa da conscientização da população

Os lixos orgânicos e recicláveis são amplamente divulgados, seja em campanhas ou até pela mídia, mas alguns tipos de lixo, classificados como resíduos especiais, ainda deixam muitas pessoas em dúvida q

Resíduos especiais têm destinação correta, mas ainda precisa da conscientização da população

O lixo é um dos maiores problemas ambientais hoje. É preciso de uma política de destinação correta para tudo o que é consumido no planeta, gerando o menor dano possível ao meio ambiente. Os lixos orgânicos e recicláveis são amplamente divulgados, seja em campanhas ou até pela mídia, mas alguns tipos de lixo, classificados como resíduos especiais, ainda deixam muitas pessoas em dúvida quanto ao seu descarte.

Lâmpadas, pilhas, baterias, embalagens de óleo lubrificante, óleo de fritura usado, pneus inservíveis, eletroeletrônicos, resíduos de saúde, por exemplo, são todos classificados como resíduos especiais e devem ser descartados da forma correta para evitar a contaminação do solo com componentes químicos pesados. “Isso é o que nós chamamos de logística reversa, quando toda a cadeia – fabricante, transportadora, comércio e consumidor final – são responsáveis pela reciclagem daquele determinado produto. Há pessoas que deixam ele em frente à casa ou jogam em terrenos vazios, mas essa não é uma alternativa saudável”, explica a bióloga do município, Walquíria Menna Brusamolin.

Além de não ser a alternativa adequada para o meio ambiente, a pessoa que é flagrada ou denunciada jogando lixo em terrenos vazios ou em rios pode responder administrativa, civil e criminalmente pelo delito, conforme explica a fiscal ambiental Carolina Nicolaio. “Há leis específicas que prevê punição para esses delitos. As multas para crimes ambientais hoje variam entre R$ 5.000,00 até R$ 50.000.000,00, reclusão e a ficha criminal, ou seja, a pessoa deixa de ser réu primário por causa de crimes ambientais. Em Campo Largo temos muitos casos de queimadas irregulares, principalmente em época de estiagem, entulhos de construção e demais produtos descartados de forma incorreta também estão na lista.” As denúncias para esses crimes devem ser feitas pelo telefone 156.

Como e onde descartar?

Alguns estabelecimentos comerciais no município já possuem locais adequados para o descarte de produtos que não serão mais utilizados.

Um dos mais clássicos resíduos especiais é o óleo de fritura usado. Para ele, existem pontos em vários mercados, alguns implantados pela Assur antes mesmo de uma lei exigir o descarte correto.

As lâmpadas fluorescentes, por exemplo, quando queimadas, devem ser devolvidas nos comércios onde há um espaço para isso. Na cidade, o Condor, Eletrobala, Ilux, Enguia, entre outros são estabelecimentos que realizam essa logística reversa, conforme conta Walquíria. “É importante alertar para que não joguem lâmpadas no lixo reciclável, mesmo que ela esteja quebrada. A lâmpada libera um produto químico que pode prejudicar a saúde das pessoas que trabalham com recicláveis, além dos riscos com acidentes”, orienta.

Os eletrônicos que não podem ser mais utilizados – tanto pela residência, como em doação às instituições ou famílias carentes – podem ser levados até a Assur, que realiza toda a separação do material e envia para empresas especializadas nesse tipo de material. Hoje há peças que precisam ser exportadas para terem a destinação correta, pois nem mesmo o Brasil têm tecnologia para realizar esse trabalho.

Os resíduos de saúde, tais como seringas e agulhas, medicamentos vencidos e outros materiais hospitalares devem ser embalados com cuidado e encaminhados até uma unidade básica de saúde. Os medicamentos também podem ser descartados em farmácias que oferecem o serviço, como a Call Farma e a Farmácia Popular, indica Walquíria. Ela também aconselha a procurar as clínicas veterinárias em caso de resíduos de saúde provenientes dos animais de estimação.

As embalagens de óleos lubrificantes, apesar de serem de plástico, precisam receber uma atenção especial, pois o óleo é tóxico. Esses podem ser devolvidos em estabelecimentos que comercializam o produto ou em postos de gasolina. Os pneus inservíveis devem ser levados a um dos 30 pontos de coleta presentes na cidade.

Os móveis usados devem ser doados, ou quando não podem ser direcionados para outras pessoas, são coletados pela Prefeitura, mediante agendamento pelo telefone 156. Eles são encaminhados para olarias e utilizados como biomassa.

Resíduos de Construção

“Quando a pessoa vai fazer uma reforma ou uma construção já deve contemplar no orçamento o valor do aluguel de uma caçamba para evitar maiores transtornos. A Prefeitura realiza a coleta de até quatro carrinhos de mão, desde que sejam apenas resíduos de construção”, diz Walquíria.

A bióloga ressalta que caçambas não são destinadas para lixo comum, animais mortos, materiais recicláveis, ou terra e mato. Isso pode encarecer o tratamento do resíduo em até quatro vezes.

Hoje, as empresas campo-larguenses que alugam caçambas descarregam os dejetos em um terreno licenciado para ser devidamente tratado.

Coleta verde

A coleta de materiais orgânicos provenientes de jardinagem, como grama, folhas secas, poda de árvores também são recolhidas pela Prefeitura. A bióloga explica que esse material é processado para se tornar em um composto utilizado como adubo para as plantas do Horto Municipal. “Muitas vezes até falta esse material para nós, pois ele é muito utilizado. O agendamento da coleta pode ser feito também pelo canal 156. Importante frisar que não pode ser misturado com entulhos, materiais recicláveis ou domésticos. Não são coletados também troncos de árvores com peso superior a 50 kg”, finaliza.