Uma pesquisa feita pelo Instituto Datafolha revelou que pelo menos 48% dos brasileiros não têm costume de ler os rótulos das embalagens de alimentos que compram no comércio. No rótulo estão discriminados todo
Uma pesquisa feita pelo Instituto Datafolha revelou que pelo menos 48% dos brasileiros não têm costume de ler os rótulos das embalagens de alimentos que compram no comércio. No rótulo estão discriminados todos os componentes usados para fazer ou conservar determinado alimento.
A nutricionista Sinara Marqueze Ribas explica que é preciso ler e buscar compreender o que está descrito ali. “A importância da correta leitura dos rótulos dos alimentos é fundamental para que o consumidor conheça todos os ingredientes que o alimento possui para assim poder reduzir riscos de doenças crônicas (sobrepeso, hipertensão arterial, diabetes, dentre outras) e saber exatamente o que estará consumindo. O consumidor precisa estar atendo e saber ler corretamente o rótulo para que adquira um produto ideal para fazer parte do seu cardápio diário.”
Mas, com tantos nomes complicados e muitas vezes em outro idioma fica mais difícil o entendimento para pessoas leigas. “Uma das coisas mais importantes que as pessoas precisam saber é entender a lista de ingredientes que compõem o produto. Essa lista deve estar presente em ordem decrescente, ou seja, primeiro devem aparecer os itens em maior quantidade. Por exemplo, se o ingrediente açúcar aparecer por primeiro, esse é um alimento que não deverá ser adquirido, pois a quantidade é muito grande”, orienta.
Outro ponto chave apresentado pela nutricionista é a importância de observar a tabela nutricional e olhar todos os nutrientes presentes. Para uma análise mais completa, o consumidor deve verificar os nutrientes: carboidratos, proteínas, gorduras (saturada, insaturada, trans), vitaminas, minerais e fibras. “Deve-se evitar alimentos que contenham grande quantidade de gordura trans e saturada em sua tabela nutricional, isto significa que estará consumindo um alimento de qualidade ruim. Esses ‘vilões’ estão presentes em bolachas, sorvetes, salgadinhos, margarinas”.
A gordura trans pode vir apresentada como gordura parcialmente hidrogenada, gordura vegetal hidrogenada, óleo vegetal hidrogenado. Outros componentes que se deve evitar, segundo a nutricionista, são todos os produtos que contenham corantes artificiais e estabilizantes. “Alguns aditivos encontrados nos alimentos: acido ascórbico, tartrazina, acido, acético, aspartame, acido cítrico, sorbitol. Por isso o melhor é consumir alimentos que tenham menor duração em prateleira, assim terão menor quantidade de produtos químicos”, descreve.
Além disso, um grupo precisa ficar ainda mais atento ao que diz as embalagens, esses os alérgicos. Resolução da Diretoria Colegiada - RDC N° 26, de 02 de julho de 2015, da Anvisa, obriga que fabricantes exponham nas embalagens, de forma mais clara possível, os produtos que possuem componentes alergênicos, a fim de evitar qualquer reação ou intolerância.
Leites e fórmulas infantis
Há uma grande quantidade de leites em pó e fórmulas de suplementos alimentares para as crianças nas prateleiras dos supermercados e farmácias, entretanto, é importante que os pais procurem a orientação do pediatra e/ou nutricionista para que ele prescreva a melhor opção às crianças. “Aproveito para reiterar que as crianças devem ser amamentadas pelo menos até os 06 meses de idade. Existem no mercado várias fórmulas para intolerantes à lactose, para alergênicos à proteínas do leite, dentre outras patologias. Tudo dependerá de uma avaliação do médico e do nutricionista para orientar a família na compra do melhor leite ou suplemento para a criança”, aconselha.
Light e integral?
Outra dúvida bastante recorrente é quanto à veracidade dos produtos light e integral. A nutricionista orienta para que na compra de um produto, como por exemplo o pão 100% integral, deve-se olhar sempre os ingredientes e neste deverá conter apenas farinha de trigo 100% integral, sem outra farinha. “Deve-se olhar também e ter atenção a outros nomes de açúcar, como glucose, maltodextrina, sacarose, dextrose, dentre outros. Na compra de um produto light deve-se entender que apresentam a quantidade reduzida de algum nutriente quando comparado com algum produto convencional. Por exemplo, um alimento que possui 30% a menos de gordura é considerado light”, diz.
Produtos sem descrição
de ingredientes
Alguns produtos são dispensados das informações do rótulos. “De acordo com a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC), nº 360 da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), existe isenção de informações nutricionais para alguns alimentos como sal, café, vegetais, frutas, especiarias (orégano, canela, dentre outros), águas minerais naturais e demais águas envasadas, vinagre, erva mate, alimentos preparados e embalados em restaurante e estabelecimentos comerciais prontos para o consumo como sobremesas, pudim, salada de fruta, dentre outros. A legislação também não se aplica aos produtos vendidos a granel ou pesados à vista do consumidor”, diz Sinara.
Entretanto, é importante quando adquirir um alimento como pão, por exemplo, o consumidor questione quais tipos de farinha foram usados, se houve mistura das mesmas, para poder entender o que será consumido, orienta.