Segunda-feira às 25 de Novembro de 2024 às 07:27:40
Geral

Saúde e cuidados com as crianças no verão

O médico pediatra dá orientações sobre condutas que os pais devem ter em algumas situações que envolvem problemas de saúde típicos de verão em crianças

Saúde e cuidados com as crianças no verão

No último dia 21 de dezembro foi dado início à estação mais quente do ano, um atrativo para crianças, que estão de férias e querem brincar na área externa. São diversas as brincadeiras, que incluem banhos de mangueira, piscina, bicicleta, entre outros. Também são diversos os cuidados para prevenir queimaduras, picadas de insetos, desidratação, entre outros.

A Folha de Campo Largo conversou com o médico pediatra Haroldo Alves, que deu orientações sobre condutas que os pais devem ter em algumas situações que envolvem problemas de saúde típicos de verão. As mais comuns são as queimaduras, as quais podem ser prevenidos com a utilização dos protetores solares adequados. “Crianças podem e devem usar protetor solar, mas a maioria das marcas são liberadas a partir de 02 anos, algumas depois dos 03 anos. Crianças menores podem usar de marcas que estejam liberadas a partir de seis meses. Os pais devem escolher o produto conforme indicação de faixa etária descrito na embalagem do produto que seja compatível com a criança. Uso de protetores solares são recomendados com fator de proteção solar no mínimo 30, quanto mais alto melhor, com fórmula infantil”, orienta.

Para evitá-las, o médico indica a exposição direta ao sol antes das 10 horas da manhã e após às 16 horas - ou em horário de verão até às 11 horas e após às 17 horas - preferencialmente por até 10 minutos em cada período. Os pais devem procurar colocar nas crianças chapéu, roupas leves e claras e sob proteção de guarda-sol, evitando ao máximo a exposição solar mais intensa e prolongada. “A ingestão de água é essencial para manter a hidratação, é indicado que os pequenos de 6 a 12 meses de idade tomem de 800 ml a um litro de água por dia já incluído com o volume de mamada de fórmulas lácteas. De 01 a 03 anos, o volume passa para 1,3 litros. E já dos 04 aos 08 anos, a orientação é que o consumo seja de 1,7 litros”, indica. O médico lembra que o leite materno exclusivo até os seis meses de vida e não é preciso oferecer mais nada à criança.

Casos em que há queimaduras de fato, os pais devem procurar reconhecer o grau das mesmas e realizar compressas com soro fisiológico ou chá de camomila frios. “As queimaduras solares são normalmente de primeiro grau: área avermelhada, quente e dolorosa. Atinge somente a camada mais superficial da pele e regride em cerca de uma semana, sem deixar cicatrizes. Em queimadura de segundo grau ocorrem bolhas e muita dor. Deve ser procurado atendimento médico se não tem certeza da gravidade da queimadura; criança abaixo de 5 anos, em todos os casos; queimaduras de segundo grau (com bolhas) que atingem mais de 5% da superfície corporal na criança até 12 anos; queimadura de segundo grau (com bolhas) que atingem mais de 10% da superfície corporal em maiores de 12 anos; queimaduras de terceiro grau; queimaduras que ocorrem na face, mãos, pés, região genital ou próximo às articulações; queimaduras circulares: ao redor de braços, pernas, dedos, ou mesmo, ao redor do tórax; na presença de sinais de infecção, como aumento da vermelhidão, piora da dor, secreção amarelada (purulenta) ou febre”, diz.

A insolação também é um fato recorrente e que merece uma atenção especial dos pais. Em geral, ela acontece pela exposição prolongada ao sol intenso ou calor, e se caracteriza pela presença de desidratação, queimaduras de pele, dor de cabeça, tontura e febre. Nos casos mais graves pode haver perda de consciência com desmaios. “Os procedimentos para tratar a insolação são simples: deve-se levar a pessoa imediatamente para um local bem arejado (ventilado) e com sombra e hidratá-la por via oral, para repor os líquidos perdidos. Podem ser utilizados soro caseiro, água de coco e outros isotônicos, além da própria água potável”, orienta o Dr. Haroldo.

Picadas de insetos

Assim como se deve ter cuidado na escolha de protetores solares, a recomendação vale para repelentes de insetos. “Uma possibilidade para evitar produtos químicos que possam ser tóxicos, pode-se usar repelentes de tomadas substituindo o refil do produto químico por casca de laranja verde recortada no tamanho do refil e colocado para queimar na tomada para ter ação repelente aos insetos”, diz.

“As reações alérgicas locais por picadas podem ser tratadas com pomadas específicas ou produtos gel para picadas. Em caso de alergias intensas e difusas com inchaço do corpo, placas sobrelevadas e avermelhadas chamadas urticária ou sintomas de dificuldades respiratórias, com rouquidão ou esforço respiratório como uma crise de bronquite asmática, deve ser levada o quanto antes para um pronto atendimento para avaliação e tratamento imediato”, completa.

Gripe de verão x gripe de inverno

As gripes também podem se fazer presentes durante o verão dos pequenos. O médico explica que alguns vírus da gripe são especialmente prevalentes no verão e podem provocar, além dos sintomas típicos de gripe, náuseas e vômitos – que podem durar até uma semana. “Geralmente, as gripes de inverno e de verão são provocadas por vírus diferentes e os sintomas das ‘gripes de inverno’ geralmente restringe-se à parte superior do sistema respiratório – o nariz e a garganta – enquanto os vírus da ‘gripe de verão’ também podem afetar o sistema gastrointestinal, com vômitos e diarreia. No caso das crianças os vírus da ‘gripe de verão’ podem até estar na origem de infecções generalizadas”, diz.

Conjuntivites

O médico explica que o aumento das temperaturas e umidade do ar característicos do verão favorecem a disseminação dos vírus que causam conjuntivite, principalmente em locais fechados, com grandes aglomerações e são transmitidas tanto pelo contato pelas mãos, como também por transmissão aérea. “As conjuntivites causam vermelhidão, inchaço das pálpebras e lacrimejamento, coceira nos olhos bem como aversão à claridade do ambiente. A infecção por bactérias causa secreção purulenta e de aumento progressivo precisando tratamento com colírio com antibiótico. A conjuntivite também pode se apresentar na forma alérgica, desencadeada pelo contato com poeira, livros e roupas guardadas por muito tempo, que podem conter grande quantidade de microrganismos como fungos e ácaros provocando lacrimejamento, coceira e vermelhidão e necessitando uso de soro fisiológico gelado ou colírios anti alérgicos”, finaliza.