Segunda-feira às 25 de Novembro de 2024 às 11:43:42
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Ipta possui equipe multidisciplinar para atender dependentes químicos pelo SUS

O Instituto de Pesquisa e Tratamento do Alcoolismo – Ipta possui 48 leitos para atender todo o Estado, dependentes a partir dos 18 anos de idade

Ipta possui equipe multidisciplinar para atender dependentes químicos pelo SUS

A internação como a busca de tratamento nos casos de dependência química – de álcool e outras drogas - pode ser o último recurso a ser recorrido quando a pessoa já não controla mais o consumo. Geralmente é a alternativa quando já ocorreram muitos prejuízos e a pessoa ou família percebem que realmente é preciso de ajuda, que não há mais justificativas.

Com atendimento exclusivo pelo SUS, o Instituto de Pesquisa e Tratamento do Alcoolismo – Ipta possui 48 leitos para atender todo o Estado, dependentes a partir dos 18 anos de idade. A estrutura até mesmo parece de uma clínica particular e impressiona pela qualidade das instalações, pelo que é oferecido aos pacientes e a equipe multidisciplinar disponível para o tratamento. Ambiente bem organizado e um terreno amplo, bem confortável e adaptado para a reabilitação.

Sempre próximo da ocupação máxima, o número de campo-larguenses em tratamento no projeto da Associação, o Ipta, fica em torno de 40 a 50% desta capacidade. Na cidade, a triagem é realizada pelo Caps e Centro Médico, quando o médico alerta para os problemas ou quadro depressivo.

A internação pode acontecer pelo apoio da família, mas muitas vezes é pelo próprio abandono que o paciente busca uma saída. Após a internação, que pode levar de 45 a 60 dias, a continuidade do tratamento pode ser no Caps, ambulatórios ou comunidades terapêuticas.

É voltado a pessoas que apresentam transtornos decorrentes de substâncias psicoativas e só é realizado o tratamento quando a pessoa busca voluntariamente esta ajuda. Até mesmo por isso o Hospital está sempre de portas abertas, tendo toda a liberdade de se desligar caso não tenha aderido ou não queira continuar. Trata-se de um hospital psiquiátrico de média complexidade especializado em dependência química, sob a responsabilidade técnica do médico psiquiatra especialista em Dependência Química, Dr. Luíz Antonio Marques de Mendonça. Não faz emergência, nem urgência.

O diretor do Hospital, André Luiz Lacerda - terapeuta ocupacional especializado em Educação e Saúde Pública e Medicina Chinesa -, e a coordenadora técnica, Solange Barão - psicóloga especialista em Psiquiatria e Dependência Química, com aperfeiçoamento em Psicologia Cognitiva Comportamental e Aconselhamento Familiar, explicam que a dependência não é medida pela quantidade de droga consumida, mas sim pelo prejuízo que causa na vida da pessoa. O Ipta trata os transtornos decorrentes dessa dependência.

A recaída acaba sendo uma realidade em alguns casos, mas de modo geral é positivo o resultado alcançado com a internação. Na rotina da Associação, prestam atendimento um médico psiquiatra, clínico, psicólogo, terapeuta ocupacional, assistente social, consultor em Dependência Química, nutricionista, fármaco e equipe de enfermagem. Entre as atividades oferecidas no projeto terapêutico, estão grupos psicoeducativos, grupos terapêuticos, oficina terapêutica, ioga e assessoramento jurídico.Também há um grupo de atendimento familiar. O Ipta está aberto para visitas duas vezes na semana, sendo muito importante para os resultados a serem atingidos o apoio e acompanhamento familiar.

O Hospital IPTA, fundado em 1988, é mantido pela Associação de Pesquisa e Tratamento do Alcoolismo, a APTA, cujo Presidente é o Sr. Pedro Antônio Mocelin, pelo Sistema Único de Saúde e pela Secretaria de Saúde do Paraná. Os encaminhamentos são via Central de Leitos, com pacientes de todo o Estado, mas principalmente capital e região.

Alguns sinais que apontam o problema:

- A pessoa prioriza o uso, apesar dos prejuízos nas mais diversas áreas de sua vida (saúde, família, trabalho);

- Busca de programas, atividades e companhias que favoreçam o uso, ou seja, não é mais o contexto social que favorece o uso como, por exemplo, ir a uma festa e fazer o consumo moderado de determinada bebida, mas o contrário, a pessoa passa a buscar programas e lugares que propiciem o uso;

- O uso é em frequência e quantidades maiores que o pretendido;

- Abandono de atividades ocupacionais, familiares e recreativas;

- Aumento da tolerância, ou seja, a necessidade de quantidades cada

vez maiores;

Estes são sinais que fazem parte de critérios diagnósticos, mas outros aspectos também são observados, como a alteração de humor, perdas financeiras, descuido pessoal, entre outros.