26/12/2016
Não importa a religião na qual foi criado ou a qual resolveu seguir; se é cristão, o Natal é um dos maiores símbolos, pois é a comemoração do nascimento de Jesus que veio para salvar a Terra. Neste momento também pode-se dizer que as religiões, por mais distintas que sejam, unem-se em torno de apenas um significado, Jesus.
Muitas vezes, membros de uma mesma família ou círculo de amigos não são praticantes de uma mesma fé, mas reúnem-se no Natal para comemorar. Conversamos com representantes de quatro religiões, a fim de saber como são as comemorações natalinas nos lares dos campo-larguenses que frequentam essas igrejas. Confira:
Igreja do Evangelho Quadrangular
A Igreja do Evangelho Quadrangular é frequentada por cristãos evangélicos pentecostais, que creem na Bíblia Sagrada, na Santíssima Trindade, na morte expiatória de Cristo pelos pecados, nos dons espirituais e inspirados pelo Espírito Santo e na cura divina. O emblema da Quadrangular possui quatro símbolos, no qual a Cruz representa a salvação, a Pomba que representa o Espírito Santo, o Cálice simboliza a Cura Divina e a Coroa que lembra a segunda vinda de Cristo.
A pastora-auxiliar voluntária da sede de Campo Largo, Margarete Talamini, explica que, para a doutrina, Jesus é a personificação do Natal. “Não se pode provar a real data do nascimento, mas é provado que Jesus nasceu em corpo de homem e morreu pela humanidade na Cruz do Calvário. Na comemoração fazemos Cantatas de Natal, simulação do nascimento em forma de teatro nos cultos, com a única finalidade de nunca esquecer o nascimento.”
Ela ainda conta que são feitas ceias de Natal, colocados enfeites nas casas, reuniões em família e troca de presentes, como é tradicional nos demais lares cristãos. “É necessário que esse nascimento de Jesus que é comemorado seja diário em nossas vidas”, finaliza.
Como recomendação de versículo, Margarete recita Lucas 2:11. “Pois, na cidade de Davi, vos nasceu hoje o Salvador, que é Cristo, o Senhor.”
Igreja Adventista do Sétimo Dia
Fundada em 1863, nos Estados Unidos, a Igreja Adventista do Sétimo Dia tem 18 milhões de praticantes em todo o mundo e crê na Bíblia Sagrada como segura e única regra de fé e esperança. Uma de suas maiores caracterísiticas é a guarda do Sábado, que é feita do pôr-do-sol da sexta-feira até o pôr-do-sol do Sábado.
O Natal para os adventistas tem o mesmo significado para os demais cristãos, o nascimento de Jesus. “Acreditamos que Deus se fez homem e veio ao mundo para redimir os pecados da humanidade. Nós nos reunimos na igreja para um Culto de Gratidão pelo Mutirão de Natal, ação que fazemos para arrecadar roupas e alimentos para famílias carentes. Além disso, nos lares, na noite de Natal são feitos cultos em família”, conta o Pastor Wellington Santos, responsável pela IASD Campo Largo.
A comemoração é feita em meio a enfeites, presentes e ceia. “Mas é importante lembrar que a nossa igreja faz do Natal um momento de solidariedade, e realiza Ceia Solidária para moradores de rua”, diz. A comemoração do Natal dos adventistas se inicia no pôr-do-sol do dia 24. Como recomendação, Wellington traz João 3:16. “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Esse versículo nos mostra o maior presente para a humanidade: Jesus”, finaliza o Pastor.
Umbanda
Umbanda surgiu no Brasil, ainda no início do século XX, e mescla movimentos do Candomblé, Catolicismo e Espiritismo. Como crença, a Umbanda acredita que exista somente um Deus, crê também em 16 orixás, na existência de Guias e entidades espirituais, imortalidade da alma, entre outras.
De acordo com Leandro Aguiar, Corindeiro e praticante há 22 anos, na Umbanda é feito um encerramento de atividades com um ciclo de palestras sobre cridade, amor ao próximo e respeito. “Acreditamos em Jesus Cristo, fazemos orações como o Pai Nosso e a Ave Maria, além de falar muito sobre a Bíblia Sagrada. Nós também cultuamos a natureza, através das matas, rios e mares. Cada praticante tem a sua entidade, e os orixás são representantes da natureza, onde Oxalá, Deus, é a Luz
Maior do Candomblé e da Umbanda. Nosso orixá mais conhecido é Iemanjá, Rainha do Mar, e no dia 2 de fevereiro, vestidos com a cor branca, levamos como oferenda para ela barcos com flores”, explica.
Como recomendação de leitura para o Natal, Leandro dá Salmos 23. “É uma passagem que eu gosto muito e traz muita paz. Aproveitando, desejo a todos muita paz e luz nesse ano que está para começar”,
finaliza.
A Igreja Católica Apostólica Romana
É uma das mais antigas religiões do mundo e uma das mais praticadas, tem como sua autoridade suprema o Papa. Entre suas doutrinas e dogmas estão a crença em Jesus como redentor da humanidade, salvação pelas obras e pela fé, nos sacramentos, entre outros.
Segundo o Cônego Ivanir Leonardi, as comemorações natalinas dos católicos são feitas sempre de modo a lembrar de Jesus. “O Natal de Jesus, uma das festas fundamentais do cristianismo. Nele acontece o encontro do humano com Divino”, diz. “Para compreender o espírito natalino somos chamados a uma preparação interior, pois só assim poderemos acolher o Filho de Deus, que veio ensinar qual o verdadeiro sentido de nossas vidas”, completa.
O Cônego ainda dá algumas dicas para o Natal e para toda a vida. “Natal é o momento de rever as nossas vidas, deixar as atitudes egoístas, a ganância, a soberba, o ódio e mergulhar nas entranhas do
amor, da partilha, que será possível, quando Deus estiver conosco.
Todos precisamos de fato é de amor, respeito, diálogo, compreensão”,
finaliza.