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Professores e alunos querem debate para melhorar a educação

Manifestação de professores e alunos da rede estadual de ensino na manhã desta quarta-feira na Praça Getúlio Vargas.

Professores e alunos querem debate para melhorar a educação

05/10/2016

Alunos da rede Estadual de Ensino tiveram aulas de apenas meia hora nesta quarta-feira (05) e depois foram liberados para se unirem aos professores em manifestação na Praça Getúlio Vargas, em luta pela educação. Próximo das 11 horas eles sairam pela Avenida Centenário até a Praça da Igreja Matriz, retornando à Praça do Museu.

O motivo é a Medida Provisória 746/2016 do Governo Federal, que promove alterações na estrutura educacional para Implementação de Escolas de Ensino Médio em Tempo Integral, mas tornam facultativas algumas disciplinas até então obrigatórias. Os professores dizem não ser contra mudanças, mas que elas são muito importantes para o futuro da educação e precisam ser debatidas, principalmente entre os alunos que são os principais envolvidos.

Hecilda Carneiro, responsável pela Secretaria de Comunicação da APP Metrosul, comenta que há um estudo para realizar a reforma na educação, de mais ou menos três anos, e que isso não foi levado em consideração para essa Medida Provisória. “Há necessidade de reforma, o problema são os moldes em que foi apresentada”, afirma.

Segundo ela, são medidas importantes e que não podem ser decididas sem debate. A classe é contra exclusão de disciplinas que são essenciais. Além disso, ela questiona: “Como a escola vai oferecer estrutura para aulas em período integral?”.

 

Medida Provisória

Amplia a carga horária mínima anual do ensino médio, progressivamente, para 1.400 horas. Determina que o ensino de língua portuguesa e matemática será obrigatório nos três anos do ensino médio. Restringe a obrigatoriedade do ensino da arte e da educação física à educação infantil e ao ensino fundamental, tornando as facultativas no ensino médio.

Torna obrigatório o ensino da língua inglesa a partir do sexto ano do ensino fundamental e nos currículos do ensino médio, facultando neste, o oferecimento de outros idiomas, preferencialmente o espanhol. Permite que conteúdos cursados no ensino médio sejam aproveitados no ensino superior.

O currículo do ensino médio será composto pela Base Nacional Comum Curricular - BNCC e por itinerários formativos específicos definidos em cada sistema de ensino e com ênfase nas áreas de linguagens, matemática, ciências da natureza, ciências humanas e formação técnica e profissional. Dá autonomia aos sistemas de ensino para definir a organização das áreas de conhecimento, as competências, habilidades e expectativas de aprendizagem definidas na BNCC.

 

Estudantes e professores exigem respeito

Esse é o título de folheto distribuído nesta quarta-feira (05), explicando os motivos pelos quais são contra a MP.

“- É autoritária, retira dos estudantes o direito ao acesso ao conhecimento crítico e à formação integral.

- Reduz a obrigação do estado no financiamento da educação, colocando as escolas como nichos para especulação de mercado.

- Diminui o tempo de formação dos estudantes, colocando-os precocemente no mercado de trabalho.

- Barateia a formação de professores, abrindo espaços para que pessoas sem diplomas possam ser educadores

- Diminui recursos destinados à educação."