A Gaeco ficou toda a manhã desta terça-feira na Câmara Municipal, da onde foram levados documentos referente à frequência dos funcionários e licitação em aberto.
06/09/2016
Por Danielli Artigas de Oliveira
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) esteve durante toda a manhã desta terça-feira (06) na Câmara Municipal de Campo Largo. Não houve ainda pronunciamento oficial do grupo, mas a diretoria jurídica da Câmara, em entrevista coletiva, informou que foram levados de todos os gabinetes e departamentos os controles de frequência dos servidores.
Os funcionários e alguns vereadores ficaram isolados no Plenário enquanto policiais faziam a verificação em toda a Câmara com a presença de um funcionário de cada gabinete. Algumas caixas com documentos foram levados pelos policiais do Gaeco.
Em entrevista coletiva, o advogada da Câmara, Edson Gonçalves, disse ser absurda e lamentável esta atuação nas condições que foram feitas, com aprovação do Poder Judiciário. “Causou estranheza a ação, sem que houvesse necessidade. Todo um aparato policial desnecessários, com mais de 20 policiais e delegado. Um tratamento a todos os funcionários como se estivessem fazendo algo errado. Foi uma surpresa lamentável”, afirmou.
A investigação é referente a existência ou não de funcionários fantasmas na Câmara. Edson enfatizou que o presidente da Câmara Marcio Beraldo abriu investigação interna e não se apurou nenhum caso. Segundo ele, a Câmara adequou a legislação a pedido do Ministério Público, realizou demissão de servidores, adequação de carga horária e extinção de cargos. “Não houve sonegação de informações ou documentos. Os vereadores vão se reunir à tarde e discutir o que será feito”, declarou.
Edson explicou que, por solicitação do Ministério Público, já foi iniciado, em meados de junho ou julho deste ano, o processo de licitação para implantação de controle biométrico de presença na Câmara e que em breve será realizado o pregão presencial. Atualmente a Casa conta com 99 funcionários, sendo 39 comissionados e 60 efetivos. Toda a documentação da licitação do equipamento foi apreendida pelo Gaeco, como também todos os papéis com a relação de frequência dos funcionários.
Às 13h30min desta terça-feira, o Ministério Público emitiu a seguinte nota no site oficial:
"OPERAÇÃO CAIXA PRETA - MP-PR cumpre mandados de busca e apreensão na Câmara Municipal de Campo Largo
O Ministério Público do Paraná, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e da 1ª Promotoria de Justiça de Campo Largo, cumpriu na manhã desta terça-feira, 6 de setembro, mandados de busca e apreensão na Câmara Municipal daquela comarca. A residência de um funcionário suspeito de ser “fantasma” também foi alvo da operação.
O Gaeco investiga a suspeita da existência de servidores “fantasmas”, funcionários que recebiam salários sem comparecer ao trabalho, além do recebimento de “diárias frias” entre os anos de 2014 e 2015, principalmente."