Se usada de forma correta, tecnologia pode contribuir para a educação. A pedagoga Dorotéa Stoco, do Colégio Estadual Sagrada Família, fala sobre o assunto.
16/08/2016
Muito se fala sobre como a internet, celular, videogames e outras tecnologias podem interferir negativamente na vida escolar e no desenvolvimento da aprendizagem de uma criança ou adolescente. Por outro lado, a educação pode ser beneficiada pelos avanços tecnológicos, quando eles são usados de forma consciente.
Segundo Dorotéa Stoco, pedagoga e coordenadora do Curso de Formação de Docentes do Colégio Estadual Sagrada Família, o professor se torna responsável pelo ensino de como usar a tecnologia de forma construtiva. “A Educação tem a função de ajudar no desenvolvimento de uma pessoa. O professor é o mediador dos conteúdos, logo cabe a ele também ajudar o aluno a usar as ferramentas necessárias de forma correta e consciente, que criem no aluno um pensamento crítico.”
O avanço tecnológico tornou quase impossível desvencilhar o ser humano dos aparelhos eletrônicos. “Como o nosso colégio trabalha com a formação de novos professores temos que ensiná-los a conviver com a tecnologia na sala de aula, desde que isso não interfira nos resultados finais dos alunos”, diz. “São bem-vindos os computadores e celulares com acesso à internet desde que usados para a realização de uma pesquisa, datashow – que é usado na projeção de slides e vídeos, até mesmo as redes sociais”, explica a pedagoga.
Muitos professores usam hoje as redes sociais como extensão da sala de aula. “A rede social pode ser utilizada para aproximar o professor do aluno, pois é um ambiente mais descontraído do que a escola. Lá ele consegue enviar sugestões de leituras, vídeos, atividades extras, jogos educativos e até mesmo relembrar a data de alguma entrega de atividade em sala”, aconselha.
Tudo o que é demais faz mal
É impossível não abordar a questão do problema que o seu uso em excesso pode causar. Usar com sabedoria aparelhos eletrônicos tem sido um dos maiores desafios da geração atual, que atrela sua vida pessoal, profissional e até mesmo estudantil a esses dispositivos. “É sempre importante ter em mente durante o uso como aquilo está contribuindo e trazendo algum tipo de reflexão crítica, conhecimento concreto. Não pode ser um lazer sem sentido, sem objetivo. Descobrir qual é essa linha tênue se torna um dos maiores desafios dos jovens de hoje e, também, de seus pais”, diz a pedagoga.
Os pais devem ter o controle das horas diárias que o seu filho fica na internet. “Os pais devem impor limites para esse uso, regular. Isso deve acontecer através da conversa, do diálogo com a família. Se o aluno não demonstra interesse por uma leitura, por uma conversa, é importante ficar atento. Se o aluno não demonstrar interesse por ir para a escola ou as notas começarem a decair, é preciso marcar um horário com a coordenação pedagógica e conversar sobre o assunto”, recomenda Dorotéa.
Tirar não é o caminho. “Proibir a criança ou o adolescente de usar os dispositivos não pode ser considerado. Por isso enfatizo a necessidade de ensinar a usar com responsabilidade para que não sejam necessárias medidas extremas”, orienta.
Pokémon Go
O jogo Pokémon Go foi lançado no Brasil no início do mês de agosto e já provocou amor e ódio em muitas pessoas. O jogo consiste em “caçar” pokémons, que são personagens do jogo, para realizar batalhas. O aplicativo usa a realidade aumentada e o GPS para levar esses personagens para o mundo real. Crianças, adolescentes e até mesmo alguns adultos encontraram no Pokémon Go um modo de se divertir. Porém, há aqueles que criticam o jogo.
“É a onda do momento. Nessa hora cabe a orientação dos pais para com seus filhos”, orienta Dorotéa. “A escola jamais irá incentivar o aluno a baixar o jogo, mas poderá aconselhar sobre os cuidados que ele deve ter, como a distração por exemplo, e também trabalhar algum conteúdo relacionado, afim de mostrar o que há de positivo no jogo”, enfatiza.
Sites e aplicativos educativos
Na internet há uma infinidade de sites educativos, com públicos que vão do infantil ao adulto. Para crianças pequenas há aplicativos que ensinam contas, cores e novas palavras. Os mais famosos são “ABC do Bita”, que ensina o alfabeto e a escrita das palavras, “Jogo Educativo para Crianças Grátis”, que traz vários jogos em um aplicativo só, o “Tabuada Fácil” com conteúdos de Matemática e para os maiores o Pense+, que traz perguntas de provas de vestibulares e também do Enem.
Entre adolescentes e adultos, os aplicativos educacionais que mais chamam atenção são os de idiomas. É possível aprender qualquer idioma em nível básico por eles, desde que seja empregado um tempo de estudo para eles. Os mais indicados são o Babbel, que possui mais de dez idiomas e a pessoa escolhe qual quer se dedicar; o Duolinguo que possui testes, áudios e imagens em seis idiomas e o LínguaLeo, que permite aprender inglês através de jogos.
Os aplicativos são gratuitos e disponíveis para IOS, Android e Windows Phone. Além disso é possível acessar conteúdos de revistas científicas, que possuem muitas curiosidades, blibliotecas virtuais e cursos online.