Acolhimento e fortalecimento espiritual fazem parte do atendimento no Hospital do Rocio. Entende-se que a a mãe precisa ser acolhida, ouvida, precisa se sentir mulher. Capelã fala sobre o trabalho e serenatas que serão realizada
04/05/2016
Por Danielli Artigas de Oliveira
A mulher gera vida, amamenta. A maternidade é espiritual, é uma vocação, a de prover pelo afeto. Ser mãe não é só enquanto o filho é bebê, é toda uma vida, é participar em todas as decisões, aflições, compartilhar alegrias, ser uma fortaleza. E para conseguir lidar com suas tarefas, para que ela entenda que ter um filho é vida, não encarar isso como um peso, ela também precisa ser acolhida, ouvida, precisa se sentir mulher. Com foco nesta valorização humana é que o Hospital do Rocio procura realizar seu trabalho com as mães que nele estão, sendo paciente, familiar ou profissional da Saúde.
Erika Checan, capelã do Hospital, que realiza um belo trabalho voluntário, amparada pela Primeira Igreja Batista de Curitiba, comenta que a ciência comprova a melhora do paciente durante o tratamento quando há fé, que está associada à cura e é um componente essencial, tanto para o paciente quanto para o familiar e profissionais da saúde.
“Criado a imagem e semelhança de Deus, o ser humano é um todo indivisível. Corpo, alma e espírito juntos”, enfatiza ela. A capelania no Rocio é cristã, envolve grupos de confissão católica e evangélica, mas respeita as demais experiências religiosas e a vontade do paciente, até mesmo porque a assistência espiritual é um direito da pessoa em regime de internação, conforme o artigo 5º da Constituição de 1988.
O ambiente hospitalar estimula uma reflexão sobre a vida. Em parceria com setores específicios do hospital, a capelania tem realizado o que eles chamam de Momento Elo. São momentos de acolhimento espiritual, escuta ativa, sensibilização, palavras bíblicas de esperança, consolo, oração, de dar um abraço muitas vezes regado com música. Um trabalho humano que muda o olhar das pessoas que estão no hospital. “Mãe sabe que precisa de algo além dela. Sabe que filhos precisam de Deus. Mãe é intercessora, mãe ora”, comenta Erika.
Em muitos desses momentos, mães que têm seus filhos internados no hospital ou estão em trabalho de parto são contempladas. Entre outras ações o Hospital também faz campanha de aleitamento materno, com doação de leite pelas mães, para ajudar a salvar outras crianças. Existe todo um processo de congelamento e porcionamento para dar aos recém-nascidos. Apenas 1 ml já pode ajudar a salvar vidas.
Na Semana do Dia das Mães haverá uma programação especial dirigida àquelas que geram vida. Vale destacar as Serenatas. “A música afeta e transforma o ambiente, não só a pessoa”, afirma a capelã.
Eventos como esse são realizados em datas comemorativas e atualmente o Hospital conta com cerca de 300 voluntários cadastrados, que atuam de forma pontual em equipes de visitação e música no hospital. Cem por cento dos voluntários atuantes nos serviços da capelania participam de alguma comunidade cristã e são recomendados por seus líderes. Um valor da Capelania do Rocio é o relacionamento intencional com a liderança cristã da cidade.
Gerar Elo entre as pessoas e das pessoas com Deus em Cristo é a missão da Capelania. Gerar é materno. O nome Elo foi escolhido inspirado na logo do Hospital do Rocio que começou como maternidade. Ela diz que identifica na logomarca, o aconchego, o afeto, o sagrado.
Erika conclui a entrevista citando o cuidado de Jesus com as mães: “Como pastor Ele cuida de seu rebanho, com o braço ajunta os cordeiros e os carrega no colo; conduz com cuidado as ovelhas que amamentam” - Isaías 40.11.